Jeff Bezos criou a Amazon numa garagem e tornou-se o homem mais rico do mundo. Desde que a “Forbes” criou o ranking de multimilionários, em 1982, nunca houve uma pessoa com uma fortuna tão elevada: cerca de 150 mil milhões de dólares (cerca de 132 mil milhões de euros)
O empresário foi um verdadeiro visionário quando, apercebendo-se do potencial da Internet, deixou a empresa onde trabalhava e correu atrás de um negócio que acabou por se sagrar vencedor: a Amazon, que hoje vende todo o género de produtos. Em julho de 1994, quando resolveu abrir o negócio, a ideia era revolucionária – queria vender livros pela internet.
Bezos já tinha estudado os hábitos de compras dos norte-americanos e descobriu que a venda de músicas e livros pela net seriam duas boas opções. Na sua pesquisa descobriu ainda que as livrarias poderiam ter milhares de livros, mas nunca conseguiriam expor todos os títulos disponíveis, pelo que um catálogo digital seria a solução. Um ano depois, o fundador colocava o site no ar.
Nos primeiros dias, o próprio Bezos atendeu os poucos pedidos de clientes. Alugou uma garagem, em Seattle, e empacotava os livros. Mais tarde, o negócio descolou e contratou vários colaboradores. Em entrevista ao “The Wall Street Journal” recordou que, durante as primeiras semanas, todos os funcionários trabalhavam até às três da manhã para empacotar e endereçar pedidos. A única ação publicitária da Amazon envolvia alguns cartazes espalhados pela livraria Barnes & Noble nos quais se lia “não encontrou o livro que procurava?”, juntamente com o endereço do site.
Bezos queria uma empresa descentralizada, onde as ideias individuais prevalecessem. Além disso, preocupava-se bastante com os feedbacks. Quando recebeu o email de uma cliente que se queixava de ter pedido ajuda ao sobrinho para abrir o embrulho, mandou redesenhar os pacotes.
Para perceber melhor o exercício mental que levou o CEO da maior loja de retalho online a tomar esta decisão, o site Business Insider recorreu a uma entrevista em que Bezos explica o conceito de “minimização do arrependimento”, ou como se diz em bom português: “Só me arrependo daquilo que não faço”. “Imagino a minha vida quando tiver 80 anos e penso: ‘Ok, olhando para trás, quero minimizar o número de arrependimentos que tenho’. E sei que quando tiver 80 anos não me vou arrepender de ter tentado seja o que for. Não me arrependi de tentar participar nessa coisa chamada Internet. E sabia que, se eu falhasse, não me arrependeria disso”, disse o CEO na entrevista, acrescentando: “A única coisa de que poderia arrepender-me seria de nunca ter experimentado. Sabia que isso me iria perseguir todos os dias”.
Mas nem tudo corre bem na vida do homem mais rico do mundo. O multimilionário de 55 anos afirmou recentemente que foi alvo de “extorsão e chantagem” por parte do editor do tablóide “National Enquirer”. No mês passado, esse jornal reportou que Bezos enviou “mensagens de texto ordinárias e exuberantes mensagens amorosas” a Lauren Sanchez, meses antes de anunciar que estava a divorciar-se de MacKenzie Bezos.
Resta saber até que ponto o caso, a confirmar-se, poderá alterar as contas finais no acordo de separação, até agora “amistoso”, garantiu o casal no Twitter.
O homem que mudou o comércio online também fez história ao anunciar que ia doar dois mil milhões de dólares para ações de filantropia. Aliás, o fundador da Amazon também usou o_Twitter para pedir aos seguidores que sugerissem ideias para empregar melhor a sua fortuna, com vista a ajudar os que mais precisam.
Segundo a Reuters, irá manter a sua atividade filantrópica, adicionando-lhe uma nova vertente. Bezos tem apoiado uma fundação administrada pelos pais, que se foca na educação. A família já doou mais de 40 milhões de dólares para o Centro Fred Hutchinson de Pesquisas sobre o Cancro, em Seattle.
Artigo publicado na edição nº 1977, de 22 de fevereiro, do Jornal Económico
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com