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Jerónimo Martins com lucros de 558 milhões até setembro a crescerem 33%

As vendas crescem 22,1% para 22,5 mil milhões de euros o que traduz um aumento de 21,2%, excluindo o efeito cambial. “Nos próximos meses, continuaremos a ter de gerir a pressão sobre os negócios resultante do cruzamento de duas forças contrárias: a queda acentuada da inflação alimentar e a forte inflação dos custos”, anuncia o presidente da Jerónimo Martins.
25 Outubro 2023, 17h45

O grupo Jerónimo Martins registou lucros de 558 milhões de euros nos nove meses acabados em setembro, o que representa um crescimento de 33,3% face aos 419 milhões de euros verificados no mesmo período do ano passado. O resultado por ação atinge os 0,89 euros.

As vendas crescem para 22,5 mil milhões de euros, o que traduz um aumento de 21,2%, excluindo o efeito cambial.

Quando se olha só para o 3º trimestre, as vendas aumentaram 22,0% para 7,9 mil milhões (+17,4%, excluindo o efeito cambial).

Já o EBITDA nos primeiros nove meses sobe 18% para 1,6 mil milhões (+16,1%), com a respetiva margem a fixar-se nos 7,1% (7,3% no mesmo período de 2022). Enquanto nos três meses entre junho e setembro, o EBITDA cresce para 586 milhões de euros, ou seja, mais 12,9% que no mesmo período de 2022 sem o efeito cambial), correspondendo a uma margem sobre as vendas de 7,4% (7,6% no 3º trimestre de 2022).

O  grupo dono do Pingo Doce reporta ainda um cash flow nos nove meses de 159 milhões de euros.

A dívida líquida situa-se nos 2,1 mil milhões.

“Excluindo a IFRS 16, o Grupo apresenta uma posição líquida de caixa que se cifra em 959 milhões de euros no final de setembro de 2023”, lê-se no comunicado.

O grupo refere ainda que em Portugal, “o Pingo Doce registou um desempenho robusto, continuando a consolidar a diferenciação da insígnia e a melhorar a experiência de loja através do programa de remodelações em curso. O Recheio alavancou na competitividade e na força da sua proposta de valor para o segmento HoReCa o excelente desempenho registado”.

O Pingo Doce viveu um contexto de consumo que permanece débil, com o rendimento real das famílias exposto a pressões decorrentes de níveis elevados de inflação geral e, principalmente, de taxas de juro mais altas. Ainda assim, nos nove meses, as vendas cresceram 8,8% para 3,5 mil milhões de euros, com um LFL de 8,4% (excluindo combustível).

No 3º trimestre as vendas subiram 9,3% com um LFL de 8,8% (excluindo combustível), atingindo 1,3 mil milhões de euros.

O Pingo Doce abriu oito novas lojas, tendo encerrado uma, e remodelou 36 localizações ao longo dos nove meses.

O grupo diz ainda que a dinâmica que se verifica no turismo em Portugal tem dado suporte à atividade do sector de Cash & Carry.

“Na Colômbia, a pressão sobre o consumo tem vindo a intensificar-se ao longo do ano. A Ara continuou a investir em preço, trabalhando para reforçar o seu posicionamento e crescer acima do mercado”, acrescenta a Jerónimo Martins.

O grupo diz que o foco de todas as insígnias é “na competitividade e no crescimento das vendas em volume” e “tem como objetivo o aumento do EBITDA em valor, num contexto de inflação nos custos, não se podendo, no entanto, excluir que a margem EBITDA (em percentagem de vendas) se mantenha sob pressão”.

“Comprometidos com os nossos objetivos de longo prazo, reiteramos todas as perspectivas anteriormente divulgadas para cada um dos nossos negócios e a nossa intenção de manter também o investimento como prioridade, estimando que fique em linha com o concretizado em 2022 (cerca de mil milhões de euros), com a Polónia a receber cerca de 45%”, refere o grupo.

Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo, revela que “concluídos os primeiros nove meses do ano, podemos afirmar que nos mantivemos consistentemente fiéis às prioridades que assumimos, e fomos capazes, num contexto difícil, de ser a primeira escolha dos consumidores, aumentar vendas, e proteger a eficiência, a rentabilidade e a sustentabilidade dos nossos negócios”.

O responsável do grupo atribui o desempenho à determinação em manter os preços baixos,sem nos desviarmos da melhoria constante da oferta e da experiência de compra que proporcionamos a quem nos visita, e da execução do programa de investimento que definimos”.

Estamos conscientes de que, nos próximos meses, continuaremos a ter de gerir a pressão sobre os negócios resultante do cruzamento de duas forças contrárias: a queda acentuada da inflação alimentar e a forte inflação dos custos. Isto vai requerer das nossas equipas, aos mais variados níveis da organização, um elevado sentido de foco e disciplina, e um compromisso renovado com a liderança de preço nos diferentes mercados em que operamos”, conclui Pedro Soares dos Santos.

O grupo é dono da cadeia de supermercados Biedronka na Polónia e nos nove meses, as vendas em moeda local cresceram uns expressivos 21,7%, com um like-for-like (LFL) de 17,8%. Isto é, ajustado para negócios novos ou desinvestimentos. Em euros, as vendas atingiram os 15,8 mil milhões, 24,2% acima do período homólogo do ano anterior.

No 3º trimestre, as vendas em moeda local aumentaram 17,4%, com um LFL de 12,8%. Em euros, as vendas cifraram-se em 5,5 mil milhões, mais 23,8% do que no trimestre homólogo do ano anterior. O crescimento em volume acelerou substancialmente no 3º trimestre, permitindo à companhia continuar a crescer acima do mercado.

“O significativo crescimento de vendas levou o EBITDA a aumentar 20,9% (+18,4% em moeda local). O investimento em preço, conjugado com a inflação de custos, pressionou a margem EBITDA, que se reduziu para 8,6% (8,8% nos nove meses de 2022)”, lê-se no comunicado.

A Biedronka inaugurou 92 lojas nos primeiros nove meses do ano (78 adições líquidas) e remodelou 270 localizações.

As ações da Jerónimo Martins caíram 1,04% para 19,97 euros.

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