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Joacine Katar Moreira: “Discurso anticorrupção reforça as pretensões neofascistas”

Deputada não inscrita apelou à esquerda para não ter um discurso que está a fazer com que o Chega suba nas sondagens. No congresso do PS, António Costa prometeu reforçar combate à “chaga que é a corrupção”.
30 Agosto 2021, 10h01

A deputada não inscrita Joacine Katar Moreira defendeu nesta segunda-feira que “o discurso anticorrupção reforça as pretensões neofascistas e é preciso ter cuidado com isso”. Isto porque, no entender da parlamentar eleita nas listas do Livre, esse tipo de discurso é “areia para os olhos dos pobres, que não verão a sua situação resolvida”.

Numa sucessão de mensagens escritas no Twitter, em resposta a um utilizador que, referindo-se à eleição de Collor de Mello e Jair Bolsonaro para a presidência brasileira, escreveu que os “paladinos anticorrupção são todos bandidos”, Joacine Katar Moreira lamentou que “alguma esquerda” portuguesa tenha enveredado por um discurso “onde se meteu com barulho estridente o Chega”.

“O Chega imita os seus comparsas neofascistas fingindo-se antissistema, mas sem nunca atacar os poderosos e as estruturas que são quem são e estão no sistema. Fazem-se de justiceiros quando estão envolvidos em esquemas, para saciar a legítima sede de justiça das pessoas”, acusou a deputada que representa o círculo de Lisboa.

Apesar de não se referir diretamente ao discurso de António Costa no 23.º Congresso Nacional do PS, realizado neste fim-de-semana em Portimão, as mensagens foram escritas pela deputada após o secretario-geral dos socialistas e primeiro-ministro ter prometido que “vamos continuar com toda a nossa energia a combater essa chaga que é a corrupção”.

Recordando que as sondagens para as próximas legislativas mostram o Chega, presentemente representado na Assembleia da República pelo seu presidente e deputado único André Ventura, como a terceira ou quarta força política portuguesa, a deputada não inscrita defende que os partidos de esquerda apostem noutras prioridades.

“Falemos do aumento do salário mínimo, creches públicas, do Serviços Nacional de Saúde, da educação e da isenção de propinas para vermos se a direita e sua extrema se preocupam com as pessoas comuns”, propõe Joacine Katar Moreira, acrescentando a esses temas o “investimento no sector cultural” ou “na investigação das ciências sociais e humanas”.

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