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João Garcia: “O alpinismo é um desporto justo. Não ganha quem tem mais dinheiro”

Em 1999 tornou-se no primeiro português a conquistar o Monte Evereste, numa expedição em que sofreu lesões graves e perdeu um companheiro de escalada. Onze anos mais tarde, foi o décimo alpinista do mundo a cometer a proeza de escalar todas as 14 montanhas com mais de oito mil metros sem recorrer a auxílio de oxigénio artificial nem carregadores de altitude.
26 Janeiro 2020, 11h00

Apaixonado por alpinismo desde os 16 anos e praticante de escalada sem recurso a oxigénio artificial, foi o primeiro português a escalar o Monte Evereste e continua com o objetivo de ir mais além. Quando começou a sua dedicação à escalada?
Isto começou logo desde os meus 14 ou 15 anos, nos escuteiros. Tive iniciação às cordas, aos nós e às técnicas de descer na corda. Só que era tudo em cenário muito artificial e sempre tive a curiosidade de saber como é que aquilo funcionava nas grandes montanhas. E isso levou-me à Serra da Estrela, para conhecer o clube de montanhismo da Guarda. Fui de bicicleta e demorei quatro dias a chegar. E foi lá que comecei a escalar. No ano seguinte fui aos Alpes franceses subir o Monte Branco e fiquei fascinado.

Quem é que o influenciou nesta primeira aventura pela escalada?
Lá em casa ninguém praticava desportos outdoor. Ou foram revistas da “National Geographic” ou então alguma influência do ideal escutista. Mas acima de tudo foi uma sucessão de felizes coincidências. Subir ao Monte Branco foi uma experiência fantástica e percebi que o alpinismo é, de facto, um desporto justo. Só atinge o topo quem se esforça. E eu tinha-me esforçado muitíssimo, desde convencer os meus pais a deixarem-me ir, porque tinha 17 anos e era menor de idade. Quando descemos do Monte Branco, que é uma montanha com neves eternas, de 4.800 metros de altitude, percebi que tinha deixado de ser um miúdo. Depois nunca mais parei. Temos de nos superar a nós próprios, ir à procura de outras montanhas, desafios e altitudes.

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