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João Leão: “Esta crise é iminentemente política” (com áudio)

João Leão trouxe ainda para a sua intervenção um tema que tem sido polémico e alvo de críticas, o elevado endividamento do país. “Entre 2015 e 2019, a dívida pública portuguesa foi a segunda que mais reduziu na zona euro”, disse o ministro.
  • ministro das Finanças, João Leão
5 Novembro 2021, 11h25

O ministro das Finanças, João Leão, falava na 5ª edição da Money Conference ‘ Banca 2022-Testar, Personalizar e Crescer’, organizada pelo DV/DN/TSF em parceria com a EY, Sage e Iberinform, e não evitou o atual contexto político. “A origem desta crise política não teve razões de finanças públicas nem razões financeiras”, disse o autor do Orçamento de Estado que foi chumbado no Parlamento dando origem a eleições antecipadas.

“Esta crise política distingue-se de muitas anteriores por não ter uma origem em questões financeiras ou orçamentais. Foi uma crise que tem uma origem numa questão política”, disse João Leão na abertura da Money Conference, um evento organizado pela Global Media.

“A crise política começou com uma não aprovação de um orçamento, mas não teve a ver com dificuldades orçamentais, nem as questões que estavam em cima da mesa resultavam do que estava associado a um orçamento”, lembrou o ministro.

João Leão referiu que Portugal chegou até aqui com indicadores positivos no mercado de trabalho (taxa de desemprego nos 6,4% e o emprego está máximos de 12 anos”, e com a “economia está em forte recuperação” e o país está “há dois trimestres a retomar a trajetória de convergência com a UE”.

O ministro lembrou que pela primeira vez a dívida portuguesa a 10 anos atingiu juros negativos, “os investidores pagam para comprar a nossa dívida pública”, o que é “revelador da credibilidade internacional”. “Mais um sinal de que a crise não tem origem financeira ou orçamental: há cerca de um mês Portugal teve não uma redução do rating, mas uma melhoria”, disse ainda.

João Leão trouxe ainda para a sua intervenção um tema que tem sido polémico e alvo de críticas, o elevado endividamento do país. “Entre 2015 e 2019, a dívida pública portuguesa foi a segunda que mais reduziu na zona euro”, disse, acrescentando que “vamos atingir 127% este ano e seremos o terceiro país que mais reduziu a dívida pública desde 2015”.

Aproveitando a presença de alguns presidentes dos bancos na plateia, elogiou o papel dos bancos na economia. “Na anterior crise os bancos estavam subcapitalizados, com elevados rácios de crédito malparado e sem capacidade para financiar a economia. Em 2020, quando chegámos a esta crise, tínhamos um setor bancário mais robusto, com capacidade de acomodar o impacto da crise na liquidez das famílias e das empresas”, referiu

O ministro defendeu a importância de implementar o último pilar da União Bancária (o fundo de garantia de depósitos), “algo de grande delicadeza e exigência”.

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