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João Paulo Rebelo: “Jogos em sinal aberto? Estou empenhado numa solução criativa”

Na segunda parte desta entrevista ao governante, João Paulo Rebelo explica que serão necessárias soluções criativas para impedir aglomerações de pessoas em cafés e restaurantes à hora dos jogos, num país onde muitos portugueses não têm capacidade financeira para verem futebol em casa.
  • João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto
13 Maio 2020, 08h17

Vamos ter jogos em sinal aberto com a retoma da I Liga? Em entrevista ao “Jornal Económico” e ao programa “Jogo Económico” (entrevista efetuada na passada quinta-feira, 7 de maio, antes de serem conhecidas as regras definidas pela DGS para a retoma da I Liga), João Paulo Rebelo, secretário de Estado da Juventude e do Desporto, salienta que vai ser difícil conjugar aqueles que são interesses das operadores e a necessidade de manter os fãs do futebol longe das aglomerações comuns nos cafés e restaurantes.

Na segunda parte desta entrevista ao governante, João Paulo Rebelo explica que serão necessárias soluções criativas para impedir aglomerações de pessoas em cafés e restaurantes à hora dos jogos, num país onde muitos portugueses não têm capacidade financeira para verem futebol em casa.

 

É possível algum acordo que preveja jogos em sinal aberto a fim de evitar aglomerações em cafés e restaurantes?

Sabemos que muitos portugueses não têm capacidade financeira para verem futebol em casa e por isso, é comum a ida ao café, à associação; em suma, a locais onde existem sempre ajuntamentos. Essa é uma questão complexa e temos refletido sobre isso. Creio que não estou a partilhar nenhum segredo se disser que a determinada altura equacionámos que, o facto de a nossa Liga retomar com muitas Ligas paradas, suspensas ou encerradas, poderíamos aproveitar a receita; ou seja, se passássemos a dar futebol para o resto do mundo, poderia haver por aí uma compensação e um interesse maior pelo futebol português porque as outras Ligas estariam paradas. Percebeu-se que essa ideia não podia avançar em virtude daquilo que foi a negociação de direitos televisivos da nossa Liga, por valores pouco interessantes (daí que haja um grupo de trabalho criado no sentido de discutir a questão da centralização dos direitos televisivos da Liga, para que haja uma melhor negociação). Essa questão da transmissão dos jogos nesta altura é de facto um problema, queremos evitar que as pessoas se reúnam para ver partidas de futebol. Não creio que haverá capacidade para encontrar um acordo, um equilíbrio entre o que são os interesses e o retorno financeiro destes operadores. Particularmente, estou empenhado numa solução que possa evitar essas aglomerações, uma solução criativa. Não será desejável que existam esses ajuntamentos mas podem surgir oportunidades novas: quantos jogos do Europeu não foram vistos em locais públicos, com ecrãs gigantes, de forma a diluir a aglomeração nos espaços habituais.

Admite a possibilidade de se abrir as portas dos estádios ao público ainda esta época?

Não, está completamente fora de hipótese essa possibilidade. Sei que logo nas primeiras reuniões entre a Federação Portuguesa de Futebol, Direção-Geral de Saúde e Ministério da Saúde, foram estabelecidas uma série de linhas vermelhas para o regresso do futebol para perceber se valeria a pena iniciar o processo. E nessas linhas vermelhas estava a presença de público nos estádios. O próprio Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, já disse que teme pela impossibilidade de ter adeptos nos estádios na próxima época. Esperamos que na próxima época já possamos ter os estádios abertos ao público.

Nota de redação: entrevista efetuada na passada quinta-feira, 7 de maio, antes de serem conhecidas as regras definidas pela DGS para a retoma da I Liga)

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