A empresa Johnson & Johnson está a ser pressionada pelos acionistas a suspender as vendas de um dos seus produtos mais famosos: o pó de talco. O produto pode vir a ser retirado das prateleiras do mundo depois de uma investigação ter revelado que o pó de talco estava ligado a alguns casos de cancro, revela o “The Guardian”.
A farmacêutica norte-americana foi obrigada a retirar o produto para bebés de venda nos Estados Unidos e Canadá em 2020, com estas a caírem abruptamente depois do regulador do país ter detetado fibras cancerígenas numa amostra do pó de talco.
Atualmente, a empresa está a enfrentar mais de 34 mil processos judiciais, a maioria de mulheres que afirmam ter desenvolvido cancro dos ovários após a utilização do produto.
O voto a favor da suspensão do produto foi proposto pela Tulipshare, uma plataforma de investimentos com sede em Londres, e pretende promover “mudanças éticas” dentro da farmacêutica. A proposta foi submetida ao Comité de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) para considerar se a suspensão é elegível antes da reunião anual da Johnson & Johnson.
A empresa do óleo Johnson nega que o seu produto seja nocivo à saúde dos consumidores e sustenta que só procedeu à suspensão do produto após uma quebra significativa de vendas “alimentada por desinformação em torno da segurança do produto” após a apresentação de resultados do regulador.
“Estamos por detrás das substâncias que usamos nos nossos produtos, e a Johnson & Johnson dispõe de um padrão de testes rigorosos para garantir que o nosso talco cosmético é seguro”, afirma um porta-voz.
Os próprios advogados da empresa já escreveram à SEC a pedir para excluírem a resolução dos acionistas, dado que a decisão afetaria processos judiciais que se encontram pendentes nos tribunais norte-americanos e em outros países.
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