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Jonet, o anti-Bugalho que desafia Montenegro e quer ganhar Cascais

Câmaras : A um ano das eleições autárquicas surge mais um candidato embalado pela TV. Na verdade, a decisão não está fechada, mas o anúncio está no ar. Sem o apoio do PSD, João Maria Jonet terá de sair do partido.
27 Setembro 2024, 21h45

Atelevisão é a mais eficaz fábrica – há quem prefira chamara-lhe laboratório – de políticos. Não é uma bizarria portuguesa. O primeiro foi o sorridente Silvio Berlusconi – que não apresentava notícias nem era comentador, era dono dos principais canais de TV privados. A partir daí, nunca mais parou. Casos mais recentes, embora com um abismo de diferença entre eles, a começar pela escala, não faltam: Donald Trump, Pablo Iglesias (Podemos), de certa forma até Zelensky, que tinha um programa de humor em Portugal. Ora bem, Sebastião Bugalho é o exemplo mais recente, embora desde esta semana haja mais um, igualmente a ser lançado de certa forma a partir da grelha da SIC Notícias: João Maria Jonet, o provável ou possível – ele ainda não decidiu – candidato à Câmara de Cascais.

Há no entanto aspetos que, segundo Jonet, o afastam do eurodeputado do PSD. “Tenho um percurso político anterior, sou militante social-democrata e nunca, jamais me apresentei como jornalista e observador independente para depois saltar para a política.” Talvez seja excessivo chamar-lhe o anti-Bugalho, embora sobressaia a vontade de distanciar-se do ex-colega comentador. “Parece, mas não somos de todo o resultado de situações iguais. Não sou cabeça-de-lista a um cargo europeu, candidato-me a uma câmara onde cresci, onde fui candidato autárquico e que conheço muito bem. Eu não me escondi atrás da ideia de ser jornalista, sempre fui político.”

Apesar de serem da mesma geração (Bugalho, 28 anos, Jonet, 26), os percursos são diferentes, embora com a televisão como vitrina e elevador quase instantâneo para o reconhecimento público, pelo menos aos olhos das gerações mais velhas: enquanto o eurodeputado ganhou proximidade a Luís Montenegro ao ponto de ser escolhido para cabeça-de-lista da AD, o candidato a Cascais não só tem sido crítico do primeiro-ministro, como, a avançar nas autárquicas de 2025, o fará com o independente. “O PSD de Cascais é muito parecido com o da Madeira, há uma cultura muito pouco democrática. É um sítio fechado. Embora a minha ligação seja a Cascais, eu fui sempre militante em Lisboa. Idealmente, preferia não ser candidato contra o meu partido. mas gostava, a cima de tudo, que o PSD tivesse um candidato melhor do que aquele que indicou.”

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