O ex-deputado do PSD José Eduardo Martins apelou hoje a uma “reflexão interna” sobre a perda de votos do partido, considerando que os sociais-democratas estão “entalados entre uma direita reacionária e uma esquerda cada vez mais revolucionária e folclórica”.
“Apreciei muito esta discussão, esta catadupa de intervenções com apelos à unidade e críticas ao outro lado que não foi o nosso. Apesar de tudo este é o primeiro congresso depois de uma derrota eleitoral grave que deixou um PS incapaz das reformas que Portugal precisa, que não governa para fazer, governa para estar, à frente dos destinos do país”, disse o antigo secretário de Estado, numa intervenção já perto da suspensão dos trabalhos para jantar.
Na perspetiva de José Eduardo Martins, “mais do que esses apelos à união”, é preciso “apelar à reflexão interna” que não tem sido feita sobre aquilo que é preciso fazer para o PSD não perder cada vez mais votos nas cidades onde estão as pessoas e nos jovens.
“Nestas derrotas eleitorais dos últimos anos temos três razões essenciais. Uma razão nossa, própria: deixamos que a troika se nos colasse à pele e isso leva tempo a passar”, começou por enumerar.
A razão “conjuntural é a circunstância das pessoas estarem, no geral, mais afastadas da política” e a razão estrutural “que é do PSD” que passa pela “incapacidade de compreender como os tempos têm mudado”.
“Estamos entalados entre uma direita reacionária que não nos diz nada e uma esquerda cada vez mais revolucionária e folclórica e isto é o pior que pode acontecer à democracia. os reacionários e os revolucionários não gostam da sociedade em que vivemos e eu gosto”, lamentou.
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