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Josep Borrell endurece posição da União Europeia face à Turquia

O Alto Representante da União Europeia para as Relações Exteriores e Política de Segurança disse que a Turquia está a agravar deliberadamente a tensão no Mediterrâneo Oriental, onde turcos e gregos continuam a prospetar petróleo e gás natural.
19 Novembro 2020, 18h10

Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia para as Relações Exteriores e Política de Segurança, organizou pera estar quinta-feira uma videoconferência com os ministros das Relações Exteriores dos 27, finda a qual, e em declarações em conferência de imprensa, acusou a Turquia de manter a tensão no Mediterrâneo Oriental.

Borrell afirmou que a retórica da Turquia sobre a questão de Chipre está a agravar as tensões com a União e que Ancara deve entender que o seu comportamento está “a aumentar a separação” em relação aos 27. “Consideramos as recentes ações e declarações da Turquia em relação ao Chipre contrárias às resoluções das Nações Unidas, aumentando ainda mais as tensões”, disse.

“É importante que a Turquia compreenda que o seu comportamento está a fazer aumentar a sua separação com a União Europeia. Para regressar a uma agenda positiva, como desejamos, será necessária uma mudança de atitude do lado turco”.

Recorde-se que o presidente da Turquia, Recep Erdogan, que pediu uma solução de “dois Estados” para a ilha dividida de Chipre – durante uma visita à República Turca do Norte de Chipre no início desta semana. A república é reconhecida apenas pela Turquia e a ilha passou recentemente por um processo eleitoral no qual o candidato próximo de Ancara venceu.

Erdogan também ainda que a Turquia e a república do Chipre não tolerariam mais os “jogos de diplomacia” na disputa internacional sobre os direitos aos recursos offshore no Mediterrâneo Oriental. “Durante anos, argumentámos que deveria haver uma possibilidade de cooperação no que diz respeito aos recursos energéticos no Mediterrâneo Oriental. No entanto, não obtivemos resultados com os nossos esforços bem-intencionados”, disse.

A ilha de Chipre foi dividida entre um governo cipriota turco no norte e uma administração cipriota grega no sul em 1974, numa altura em que a Grécia pretendia a anexação de Chipre. A Turquia apressou-se a organizar uma intervenção militar para impedir que os cipriotas turcos fossem perseguidos pelos cipriotas gregos ultranacionalistas. A república foi estabelecida em 1983. Em, 2017, e mais uma vez, houve negociações para um entendimento: aconteceram na Suíça, sob o olhar atento da Turquia, Grécia e Reino Unido – mas nada de novo dali saiu.

No passado dia 19 de outubro, Ersin Tatar, nacionalista cipriota apoiado pela Turquia, venceu a eleição para a presidência com uma margem de 51,7%. Atual primeiro-ministro e líder do Partido de Unidade Nacional desde 2018, Tatar derrotou o presidente cessante, Mustafa Akıncı, que obteve 48,3% dos votos, um adepto das negociações com vista a uma eventual reunificação da ilha.

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