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“Kalos kai agathos” – nem belo nem bom!

E o espectáculo divertido, para fazer jus ao significado da palavra, em que se tornou o PS-Madeira teve, recentemente, mais uma série de actos que merecem reparo.
16 Abril 2018, 07h15

Além das instituições, as comédias clássicas gregas retratavam a vida dos homens maus, os que não tinham nobreza de carácter, que não eram “kalos kai agathos”, isto é, nem belos nem bons, decididamente desequilibrados e pouco confiáveis. E o espectáculo divertido, para fazer jus ao significado da palavra, em que se tornou o PS-Madeira teve, recentemente, mais uma série de actos que merecem reparo.

Começo, não pela correcta ordem cronológica com que os factos aconteceram e estes falam sempre a verdade, mas pelas recentes parangonas da personagem plagiadora do actual presidente da nossa “capital” (toda a gente informada sabe ao que me refiro, chegou, aliás, a sair na imprensa nacional, na Sábado) e plágio é crime ainda que, para mim, pior do que isso, é o que representa da estatura e estrutura moral de quem o pratica, e mentirosa por ter dito, em pré e campanha eleitoral, que não era candidato ao Governo Regional e que só apenas pensava no Funchal e iria cumprir o novo mandato – 2017/2021 – até ao fim.

Em vez de se preocupar com os funchalenses e com a cidade e cumprir o muito que prometeu como também corrigir o que está mal, razões pelas quais foi reeleito, apanhou um avião, cuja viagem não pagou do seu bolso, para ir a Lisboa, armado em autonomista e dar um murro na mesa de António Costa e resolver todos os problemas que afligem os madeirenses e porto-santenses, desde o hospital e a mobilidade à redução dos juros da dívida (uma batalha antiga do PS-Madeira já quando o Governo da República era PSD/CDS e que Carlos Pereira, presidente afastado por golpistas, conseguiu, com muito trabalho, colocar um proposta favorável à Região no Orçamento de Estado, tal e qual o fez para o cofinanciamento do novo hospital).

Já agora e como o dito cujo é apenas bom a fazer de conta que é bom politicamente, quando não o é, espero que tenha tirado um selfie para, pandemicamente, espalhar pelas redes sociais do anunciado e grandioso momento à Karaté Kid, e que a legende da seguinte forma: sabes, Costa, eu não estive a teu favor quando fizeste o que fizeste ao António José Seguro, mas deixa estar que fiz o mesmo no PS-Madeira. Eu e os que também não eram a favor…O que importa é o agora que, em política, moral e bons costumes, são um tremendo atrapalho e o povo não tem memória e a maior parte nem vai reparar que tudo isto foi uma encenação para dizer que consegui o novo hospital no PEC e ter mais umas primeiras páginas.

Os outros reparos têm a ver com a TAP. E a falta de coerência e de consistência política com que a actual liderança da treta do PS-Madeira tem pautado a sua actuação, não defendendo os verdadeiros interesses dos residentes da Região. Na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, o PS-M votou contra um Voto de Protesto contra a lesiva forma com que a companhia aérea está a operar de e para o nosso arquipélago. Mas, entretanto, lá se foi uma mesa, esmurrada, coitadinha!

Mas como se isto não bastasse, como se isto não fosse suficiente para os espectadores da comédia darem umas boas e valentes gargalhadas – ao menos isso! – o administrador não-executivo, por sinal madeirense, veio também para os jornais dizer que não sabe de nada e nada tem a ver com o assunto, ainda que saiba bem as benesses que tem pelo cargo que ocupa, euros e viagens…Mas, entretanto, repito, lá se foi uma mesa, esmurrada, coitadinha!

Mesmo que de Lisboa venha um ror de promessa sorridentes, vamos a ver o que diz o povo nas próximas eleições regionais porque convém não esquecer que, nos concursos clássicos das comédias, o júri era escolhido de entre os espectadores e não aristocratas nomeados…

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