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Kim Jong Un promete aumentar o arsenal nuclear da Coreia do Norte

Com o mundo diplomático à espera do democrata Joe Biden, o líder norte-coreano insiste que a política norte-americana em relação a Pyongyang “nunca mudará, seja quem for que esteja no poder”.
14 Janeiro 2021, 08h10

O líder norte-coreano Kim Jong Un anda desaparecido dos holofotes da política internacional desde que o ainda presidente norte-americano, Donald Trump, se ‘desinteressou’ pelo dossiê ‘Coreia do Norte’. Mas, depois de ter ficado evidente que posteriores notícias da sua morte pecavam por excesso, Kim Jong Un acaba de reaparecer esta quarta-feira para afirmar – no seu discurso de encerramento em uma reunião do partido – que a Coreia do Norte vai aumentar o seu arsenal nuclear.

Não são claras as intenções do líder do país – que está mais isolado que nunca, depois de fechar todas as fronteiras para se defender da pandemia de covid-19 – mas os analistas norte-americanos dizem que a afirmação pretende manter o seu país na agenda de Joe Biden, a poucos dias da tomada de posse como presidente.

Seja como for, Kim Jong Un disse que “devemos fortalecer ainda mais a dissuasão da guerra nuclear, enquanto fazemos o nosso melhor para construir o poderio militar”.

No início da reunião (que durou oito dias, o dobro da anterior, em 2016), Kim chamou aos Estados Unidos “o obstáculo fundamental para o desenvolvimento de nossa revolução e o nosso principal inimigo”. A sua política para a Coreia do Norte “nunca mudará, seja quem for que chegue ao poder”, acrescentou, sem se referir diretamente a Biden.

Os programas de armas de Pyongyang progrediram rapidamente sob o comando de Kim Jong Un e, num desfile em outubro passado, exibiu um novo e enorme ICBM que, segundo analistas militares, será o maior míssil móvel de combustível líquido do mundo.

A mudança de liderança em Washington representa um desafio para a Coreia do Norte: Biden está associado à abordagem conhecida como ‘paciência estratégica’ do governo Obama e caracterizou Kim como um “bandido” durante os debates presidenciais. A Coreia do Norte, por sua vez, chamou Biden de “cão raivoso”.

O ‘dias felizes’ de Kim e Trump parecem ter passado à história.

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