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Lacerda Sales: “Se soubesse que a variante Delta estaria à porta no natal” o desconfinamento não teria avançado

O Secretário de Estado adjunto e da Saúde admite que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de melhorar nas condições oferecidas aos profissionais. António Lacerda Sales sublinha a ambição de atribuir médico de família a todos os portugueses até 2023 e reconhece que a dupla suspensão da atividade assistencial durante a pandemia “poderá ter custos” para os utentes.
Mário Pereira/SaúdeOnline
7 Outubro 2021, 14h39

Em entrevista ao SaúdeOnline, o secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, aborda a pandemia, os desafios nas atividades não-Covid, a exclusividade dos médicos e as vagas nos hospitais para os estudantes de medicina.

Considera que têm de ser feitas correções no SNS para enfrentar uma possível nova pandemia no futuro? O que pode mudar?

Pode mudar a nossa capacidade de reagir, [no sentido] de sermos pró-ativos, antes de reativos. Pode mudar o facto de termos de cooperar com outras instituições. Veja a cooperação que houve com as autarquias, a proteção civil, as forças de segurança.

É preciso pensar numa reorganização e reforço dos cuidados hospitalares?

Os cuidados hospitalares evoluíram muito. Chegámos até às 19 mil camas e até às 900 camas em unidades de cuidados intensivos (UCI). Antes da pandemia, tínhamos uma capacidade de 6,2 camas por 100 mil habitantes, hoje estamos com 9,4 – ao nível da OCDE. Mais do que duplicámos a capacidade em UCI. Tínhamos 1142 ventiladores no início da pandemia e hoje temos mais de dois mil. Isto para não falar no reforço de recursos humanos em todo o SNS. Só no ano de 2020 e no início de 2021 temos mais 13 mil profissionais. E são mais de 29 mil em relação a 2015.

Pandemia. “Não fizemos tudo bem. Se soubesse que a variante Delta estaria à porta no Natal, não teria feito [a abertura]”

Esse acréscimo de profissionais é o valor líquido?

Sim, são saldos líquidos. Estamos a falar de mais seis mil médicos e mais dez mil enfermeiros.

Consegue apontar o maior erro que considera que o Governo cometeu durante esta pandemia e de que agora se arrependa?

Não fizemos tudo bem. Tomámos as decisões com base em informações que tínhamos. A maioria das decisões foram certas e tomadas no tempo certo. Olhando para trás, se soubesse que a variante Delta estaria à porta no Natal, não teria feito [a abertura]. Depois, apareceu a variante Delta, durante um período de maior mobilidade, o que resultou na terceira onda.

 

Leia a entrevista na íntegra AQUI.

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