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Lagarde reforça importância dos salários na dinâmica da inflação

A presidente do BCE voltou a apontar para o crescimento salarial como “um motor cada vez mais importante da dinâmica de inflação nos próximos meses”, apesar de considerar que a política monetária restritiva funciona como “salvaguarda” contra efeitos de segunda ordem.
FILE PHOTO: European Central Bank (ECB) President Christine Lagarde gestures as she addresses a news conference on the outcome of the meeting of the Governing Council, in Frankfurt, Germany, March 12, 2020. REUTERS/Kai Pfaffenbach
26 Fevereiro 2024, 18h25

Christine Lagarde frisou novamente esta segunda-feira a importância da dinâmica salarial na questão da inflação nos próximos meses, projetando que o crescimento das remunerações continue forte, mas que estas subidas sejam parcialmente absorvidas pelas margens de lucro das empresas europeias.

Em declarações ao Parlamento Europeu esta segunda-feira, a presidente do Banco Central Europeu (BCE) reforçou a necessidade de manter debaixo de olho a evolução dos salários na zona euro, justificando a prudência que a autoridade monetária tem procurado ter ao lidar com a inflação.

“Espera-se que o crescimento salarial se torne um motor cada vez mais importante da dinâmica de inflação nos próximos meses, refletindo a procura dos trabalhadores por compensação pela inflação e mercados laborais rígidos”, afirmou perante os deputados europeus no plenário sobre o relatório anual do BCE.

A dinâmica salarial “vai manter-se forte”, projetou, mas há cada vez mais evidência de que a margem de lucro das empresas está a absorver parcialmente estes aumentos salariais, limitando o seu impacto na questão dos preços.

Acresce que a “postura restritiva de política monetária, a queda forte na inflação nominal e as expectativas de longo prazo firmemente ancoradas servem de salvaguarda contra espirais contínuas de salários-preços”, argumentou. Como tal, os efeitos de segunda ordem parecem estar, pelo menos por enquanto, contidos.

Reconhecendo o abrandamento da economia em 2023, Lagarde falou ainda de “sinais crescentes” de que a economia da moeda única havia já batido no fundo deste ciclo negativo, pelo que é expectável uma recuperação “mais tarde durante este ano”.

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