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Le Pen quer dissolver Parlamento francês. Macron recusa-se

“Não há outra hipótese, quanto a mim, que não seja dissolver a Assembleia Nacional e fazer um modo de escrutínio mais representativo da real opinião do país”, garantiu a ex-presidente da Frente Nacional. Porta-voz de Macron veio a público garantir que o primeiro-ministro “tem toda a confiança no presidente”.
Cristina Bernardo
27 Maio 2019, 11h56

Marine Le Pen ainda não sabia os resultados oficiais das eleições europeias mas já estava a apelar que a Assembleia Nacional fosse dissolvida. A líder da extrema-direita francesa afirmou que o poder sofreu um “repúdio democrático” e que compete ao “Presidente da República tirar as suas consequências”.

“Não há outra hipótese, quanto a mim, que não seja dissolver a Assembleia Nacional e fazer um modo de escrutínio mais representativo da real opinião do país”, garantiu Marine Le Pen. No entanto, a porta-voz do presidente Emmanuel Macron já veio afirmar que este não irá dissolver o Parlamento.

A decisão foi tornada pública já depois da vitória do partido da extrema-direita. A União Nacional de Le Pen obteve a maioria dos votos nas eleições para o Parlamento Europeu e esta escolha deu asas à hashtag “vitória do povo”.

O partido de Marine Le Pen obteve 5,3 milhões de votos a seu favor, enquanto o de Macron, A República em Marcha, conseguiu apenas 5,3 milhões de votos. A porta-voz afirmou esta segunda-feira que os resultados não provocaram “uma crise política”, dizendo ainda que o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, tem plena confiança em Macron.

Marine Le Pen pediu a dissolução da Assembleia Nacional para a tornar “um instrumento representativo do país”. “O voto no partido é um voto por França e pelo seu povo. Isso é vital e feliz para um país que navega num estado de confusão”, acrescentou no seu discurso.

Nessa intervenção, a ex-presidente da Frente Nacional disse mesmo que Emmanuel Macron “não tem alternativa, tem de dissolver a Assembleia Nacional”, repetindo uma posição que tem assumido desde o início dos protestos do movimento dos ‘coletes amarelos’ e frisando que os resultados destas eleições europeias “confirmam a nova divisão entre nacionalistas e globalistas”.

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