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Legislativas podem ter impacto na bolsa? Há um estudo que diz que sim

Relatório da corretora XTB considera que algumas das iniciativas partidárias podem ter impactos – positivos e negativos – para empresas cotadas no PSI.
16 Setembro 2019, 07h40

A equipa de analistas da corretora XTB publicou na sexta-feira um relatório onde analisa o potencial impacto bolsista de algumas das medidas económicas que os cinco maiores partidos estão a propor nestas eleições legislativas.

 

PS

No que respeita às propostas do PS, o partido à frente nas sondagens, a corretora considera que a banca poderá ser beneficiada com uma medida específica apresentada pelo partido de António Costa: a introdução de “green bonds” e a criação de um regime fiscal favorável a produtos financeiros verdes. Assim, sendo o BCP o único banco cotado no PSI20, aparece como o potencial beneficiário desta proposta.

Quanto a setores potencialmente prejudicados por propostas dos socialistas, os autores do estudo apontam o setor das renováveis, porque o Governo quer aumentar a competitividade do setor e facilitar a transição energética, “favorecendo a entrada de concorrentes no mercado”, o que pode afetar o desempenho das cotadas neste setor. A saber: EDP Renováveis e Altri.

 

PSD

Nas propostas eleitorais do maior partido da oposição, a XTB vê impactos potencialmente positivos no setores do retalho e dos serviços financeiros. Como o PSD tem como objetivo aumentar o salário mínimo para além dos 700 euros, tanto no setor privado como no setor público, seria de esperar “um maior poder de compra para o consumidor e como tal, um aumento de vendas de retalho e serviços financeiros”. Os títulos beneficiados seriam a Sonae, a Sonae Capital e a Jerónimo Martins.

Os impactos negativos seriam visíveis nos setores das renováveis. Como o partido também quer combater as alterações climáticas com mais promoção de energias renováveis, quem já está no mercado (EDP Renováveis e pode ser afetado pela entrada de concorrentes. Por outr lado, a regulamentação do uso de combustíveis fósseis que o partido quer fazer poderia causar “um certo abalo” nas petrolíferas e empresas de recursos primários (Galp, Navigator, Semapa e Altri).

 

Bloco de Esquerda

Como o Bloco de Esquerda assume o propósito de, em 2030, colocar Portugal nos países sem emissões de carbono, o relatório aponta a EDP renováveis como beneficiária desta iniciativa. E a aposta do BE nos transportes públicos, com eliminação dos transportes

movidos a combustíveis e dependência exclusiva de transportes elétricos, poderia beneficiar a REN, considera.

Como prejudicados aparecem a Galp, dadas as propostas do partido para o fecho das centrais a carvão, e a The Navigator Company, que poderia sofrer impactos negativos com intenção do partido em alterar os regimes nacionais de gestão agrícola e florestal.

 

CDS-PP

O estudo considera que o CDS tem propostas benéficas para a agricultura, como bonificações fiscais para cidadãos que vivem no interior ou um corte no IRC para empresas que invistam no interior no país. Os impactos potencialmente positivos vão para os títulos da Corticeira Amorim.

Por outro lado, como o partido de Assunção Cristas quer fazer reduções na tributação indireta, a XTB entende que tal poderá ter impactos nas receitas das empresas ligadas ao setor energético, com destaque para a EDP.

 

CDU

A corretora põe os setores tecnológico e energético como beneficiários das propostas eleitorais da coligação entre o PCP e os Verdes, uma vez que os partidos propõem uma estratégia nacional de “apoio à economia digital, progresso na eficiência energética e aproveitamento dos recursos endógenos”. As cotadas com potenciais impactos positivos seriam a EDP e a Nos.

Contudo, a intenção de abolir monopólios e oligopólios implicaria uma “forte penalização” das empresas com este perfil: Jerónimo Martins, Sonae e Galp.

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