A AD-Coligação PSD/CDS ganhou as eleições, tendo PS e Chega ficado com empate técnico. Embora ainda falte a contagem do circulo da Europa, os especialistas contactados pelo Jornal Económico já falam em “consenso” e “terramoto político”.
Segundo o politólogo José Palmeira “há um consenso generalizado relativamente à leitura das eleições, isto é, a grande novidade das eleições foi o esvaziamento do Partido Socialista e o crescimento do Chega, na medida em que se colocava a possibilidade do partido Chega ser afetado por alguns factos que envolveram deputados seus, a verdade é que tal não aconteceu.
A coligação formada pelo PSD e CDS-PP obteve o maior número de votos (32,72%), uma subida superior a 4%, e de deputados (89), mais nove do que no ano passado. Ainda assim, a vitória da AD não foi suficientemente forte para permitir uma maioria na Assembleia da República e maior estabilidade governativa.
“Por outro lado, a descida do partido socialista ultrapassou todas as expectativas, designadamente aquelas que se baseavam nas sondagens. Tudo indica que a nova liderança do PS vai ter atitude mais construtiva porque os portugueses penalizam a instabilidade”, frisou.
José Palmeira sublinhou que a AD não teve maioria absoluta, nem a aliar-se à Iniciativa Liberal. “Dito isto, comparando com a situação anterior, em termos de governabilidade pode estar melhor”. “Apesar de tudo as previsões são de mais estabilidade ainda que esse futuro não seja de longo prazo”, acrescentou.
Por sua vez, para especialista Hugo Ferrinho Lopes “estes resultados revelam uma tendência que vinha de eleições anteriores de uma alteração profunda no sistema partidário e que tem como consequência esta eleição”.
“E agora com o chega provavelmente tendo mais deputados do que o PS, é a primeira vez na história da democracia que PS e PSD não são um dos dois maiores partidos. Isto foi um terramoto político”, frisou o especialista, completando que “do ponto de vista legal, o líder da oposição goza de um estatuto especial. O que é que isto quer dizer? Ventura na oposição tem repercussões nos equilíbrios das instituições”.
Sobre a esquerda, Hugo Ferrinho Lopes “à excepção do Livre, os partidos de esquerda tiveram perto dos seus piores resultados da história”. “Apenas o Livre conseguiu subir. A derrota do BE e do PS é muito superior à derrota da CDU”.
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