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TikTok vai manter em Portugal estratégia contra a desinformação que usou noutras eleições legislativas

Num encontro com jornalistas em Lisboa, Francesca Scapolo, especialista da TikTok em políticas públicas para a integridade eleitoral, afirmou que a rede social tem “tolerância zero” com a desinformação ou conteúdos nocivos e desenvolveu uma estratégia específica para combatê-los, que considerou ter provas dadas.
TikTok
Dado Ruvic/Reuters
10 Abril 2025, 16h36

A rede social TikTok vai manter, nas legislativas portuguesas de 18 de maio, a mesma estratégia de combate à desinformação que tem utilizado em várias eleições internacionais, como na Alemanha ou nos Estados Unidos, considerando que tem tido sucesso.

Num encontro com jornalistas em Lisboa, Francesca Scapolo, especialista da TikTok em políticas públicas para a integridade eleitoral, afirmou que a rede social tem “tolerância zero” com a desinformação ou conteúdos nocivos e desenvolveu uma estratégia específica para combatê-los, que considerou ter provas dadas.

“Claro que há sempre espaço para melhorar, mas achamos que o nosso sistema é robusto. No ano passado, utilizámo-lo em 150 eleições em todo o mundo e mostrou que tem sucesso”, referiu Francesca Scapolo, salientando que vai ser essa estratégia que vai ser utilizada nas eleições de 18 de maio e que já tinha sido usada nas legislativas que se realizaram em Portugal em março de 2024.

A estratégia em questão consiste num processo de três etapas para combater a desinformação no TikTok e que passa, numa primeira fase, pelo recurso a mecanismos de inteligência artificial para detetar conteúdos de desinformação ou que violem as regras da rede social, como imagens violentas.

No entanto, uma vez que este processo não é “100% eficaz”, a rede social recorre também a moderadores de conteúdo que analisam as publicações consideradas como potencialmente nocivas para determinar se devem ser retiradas.

Em Portugal, há 160 moderadores de conteúdo para um total de 3,9 milhões de utilizadores ativos mensais, mas o TikTok considera que, com o aperfeiçoamento dos modelos de inteligência artificial que utiliza, os profissionais que emprega vão ter de lidar cada vez menos com desinformação.

Caso os moderadores de conteúdo tenham dúvidas quanto a determinados conteúdos, o TikTok tem parcerias com entidades locais – no caso português, trata-se do ‘site’ Polígrafo – que entram então em ação para determinar a veracidade de um conteúdo.

Em contexto eleitoral, a este processo normal do TikTok, acresce ainda uma ‘task force’ criada especificamente para o efeito, que já está a trabalhar nas eleições legislativas portuguesas, e que é composta por especialistas de vários setores que monitorizam as campanhas eleitorais.

Uma das eleições nas quais esta estratégia foi utilizada foram as presidenciais romenas de dezembro de 2024, ganhas inesperadamente na primeira volta pelo candidato romeno Călin Georgescu, que tinha feito campanha sobretudo no TikTok, e que foram anuladas pelo Supremo Tribunal romeno por alegar que tinham sido influenciadas pela Rússia.

Questionada sobre este caso em específico, que levou a Comissão Europeia a abrir uma investigação ao TikTok por alegada interferência eleitoral, Francesca Scapolo disse que, após as eleições na Roménia, a mesma estratégia já foi utilizado em países como a Croácia, Kosovo, Alemanha ou Gronelândia e mostrou “bons resultados”.

“Por isso estamos confiantes e também quero salientar que estamos a colaborar e a partilhar informação com a Comissão Europeia sobre a investigação em curso”, disse, referindo, contudo, que não houve alterações à estratégia devido às eleições romenas, tendo apenas havido um reforço de 120 pessoas na ‘task force’ responsável pela monitorização de eleições, sem, no entanto, especificar o número total de funcionários que a compõem.

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