“Tudo era uma incógnita. Nem sequer havia tempo para pensar, apenas para reagir ao que se ia sabendo”, conta Paulo Cruz, head of trading do Millennium bcp sobre o sentimento que viveu na segunda-feira, dia 15 de setembro de 2008. A data ficou marcada pela declaração de falência do Lehman Brothers, o então quarto maior banco dos Estados Unidos e uma instituição histórica com 158 anos e ligações por todo o mundo.
A dificuldade em manter-se à tona, após o rebentar da bolha imobiliária nos EUA no verão anterior, já era sabida há meses. A gota de água chegou quando, no domingo, o britânico Barclays recuou na intenção de comprar o Lehman Brothers. Não era o primeiro banco a negociar a aquisição dos ativos, mas parecia ser a última esperança. Quando voltou atrás, por considerar que o Lehman Brothers não tinha salvação sem a mesma ajuda financeira da Reserva Federal dos EUA (Fed), que já havia socorrido outras instituições, a queda tornou-se inevitável.
Às 4 horas da manhã de Lisboa do dia 15 de setembro de 2008, o banco, avaliado em mais de 600 mil milhões de dólares, anunciou o preenchimento do capítulo 11 no tribunal de falências de Manhattan, em Nova Iorque. Afinal, nenhum banco era demasiado grande para cair. “Naquele dia escreveu-se uma parte importante da história financeira recente”, diz Cruz. Nessa noite, não dormiu. Passou as horas a olhar para os canais televisivos norte-americanos da especialidade, enquanto trocava mensagens com colegas do setor.
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