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Líbano: confrontos em Beirute causam pelo menos seis mortos

O tiroteio aconteceu a quando de uma manifestação convocada pelo Hezbollah para a rua em frente ao Palácio da Justiça, exigindo a demissão do juiz encarregado do processo das explosões de agosto de 2020.
14 Outubro 2021, 17h40

Pelo menos seis pessoas e cerca de 30 feridos foi o resultado de uma troca de tiros que irrompeu inesperadamente no meio de uma manifestação convocada pelo Hezbollah – grupo conotado com o Irão – para as imediações do Palácio da Justiça em Beirute, capital do Líbano. A manifestação exigia a demissão do juiz encarregado de investigar as explosões ocorridas no porto da cidade e que se arrastam desde agosto de 2020.

Segundo a televisão da Al Jazeera – que emitia em direto da manifestação – não é ainda claro quem começou o tiroteio, mas o certo é que em pouco tempo alguns manifestantes empunharam armas de fogo e o caos instalou-se. Foi a Cruz Vermelha Libanesa que informou a Al Jazeera do número de mortos e feridos.

O juiz em causa, Tarek Bitar, é acusado de reter as investigações e de não as encaminhar com o distanciamento necessário face aos vários grupos políticos que se amontoam no poder no Líbano.

Em comunicado, o novo primeiro-ministro, Najib Mikati, pediu calma e aconselhou os libaneses a impedirem que “sejam arrastadas para conflitos civis”.

Desde agosto de 2020 que o país – alvo de fortes tensões desde sempre – tem vivido em constante sobressalto político interno, enquanto os aliados externos esperam que as autoridades consigam promover a pacificação social e cabem com os elevados níveis de corrupção, que ‘secam’ sucessivas remessas de financiamento que acabam por não chegar aos muitos milhares de libaneses que precisam de auxílio.

À espera está também o FMI, que afirma não ter qualquer segurança em avançar com mais um empréstimo ao país, enquanto a situação política não desanuviar.

Só há pouco mais de um mês é que o Líbano conta com um governo minimamente estável. O primeiro-ministro Najib Mikati, e o Presidente, Michel Aoun, assinaram o documento formal que instituiu o novo governo, tentando colocar um termo à profunda crise política que o país atravessa.

“A situação é muito difícil, mas não é impossível de ultrapassar se nos unirmos”, disse Mikati, citado na altura pelas agências internacionais. A lista do novo executivo é preenchida principalmente com elementos não diretamente ligados às forças políticas em presença.

Desde julho que Mikati e Michel Aoun se encontraram com os líderes políticos para negociarem o novo governo no quadro do obscuro sistema político vigente, com o executivo a surgir apenas a 10 de setembro passado.

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