A libra libanesa registou esta segunda-feira uma nova queda histórica no mercado negro, ao atingir as 15.500 libras por um dólar e prosseguindo a sua desvalorização, num contexto de profunda crise económica agravada pela inércia dos dirigentes políticos.
Desde o início da crise no outono de 2019 – uma das piores no mundo desde 1850 segundo o Banco mundial – a libra libanesa perdeu 90% do seu valor no mercado negro face à nota verde.
A taxa oficial, registada desde há mais de duas décadas permanece fixada em 1.507 libras por um dólar.
Após ter oscilado durante semanas entre 12.000 e 13.000 libras por um dólar, a moeda local registou um novo recuo nos últimos dias, com o dólar a valer mais de 15.000 libras este fim de semana.
Este novo colapso da moeda nacional, inédito na história do país do Médio Oriente pela sua amplitude, arrisca-se a agravar a taxa de inflação já situada nos três dígitos.
No final de 2020, a inflação ultrapassava os 140% e o preço dos produtos alimentares multiplicou-se por cinco desde o início da crise, segundo os números oficiais.
O país também regista uma grave escassez de combustíveis e medicamentos, forçando a maioria das estações de serviço e das farmácias — que na sexta-feira anunciaram uma greve de dois dias — ao encerramento.
O país permanece sem governos há dez meses, devido às persistentes divergências entre os partidos no poder, acusados pela população de estarem a arruinar o país.
Para além do colapso monetário e da crise, o Líbano regista um aumento exponencial do desemprego e uma pauperização em larga escala.
Segundo a ONU, mais de metade da população vive no limiar da pobreza, enquanto os bancos continuam a impor restrições draconianas aos depositantes.
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