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Libra em alta depois de Barnier afirmar que um acordo para o Brexit é possível esta semana

Londres e Bruxelas continuam a negociar a saída do Reino Unido da União Europeia a poucos dias da reunião do Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro em Bruxelas, que tem sido encarada como a última oportunidade para evitar uma saída britânica sem acordo. Os mercados, sobretudo o segmento cambial, têm sido voláteis no que respeita ao Brexit
  • União Europeia
15 Outubro 2019, 09h58

A libra está a valorizar depois dos comentários do principal negociador da União Europeia (UE) para o Brexit, Michel  Barnier, ao indicar que um acordo para o Brexit ainda é possível até sexta-feira. A divisa britânica aprecia 0,45% face ao dólar, para 1,26 dólares, enquanto o euro deprecia 0,47% face à libra, para 0,87 libras.

“Tem sido um trabalho intenso desde o fim de semana, porque embora seja cada vez mais difícil – mais e mais difícil, para ser franco –  ainda é possível chegar a um acordo esta semana”, disse Michel Barnier antes de mais uma reunião de ministros da UE em Luxemburgo, onde o ministro britânico para o Brexit, Stephen Barclay, também participará.

Michel Barnier afirmou ainda que a sua equipa está a “trabalhar no duro para que surja um acordo, “obviamente um acordo que deva funcionar para todos, Reino Unido e UE”.

As negociações técnicas para que Londres e Bruxelas cheguem a um entendimento continuam, com a equipa liderada por Barnier a argumentar que “é hora de transformar boas intenções num acordo” antes do final da semana.

Segundo um comunicado da Comissão Europeia, em 13 de outubro, Michel Barnier, francês de 68 anos de idade, fez saber que “se o Governo britânico quer uma solução, deve agir rapidamente”. “O tempo está passar”, acrescentou.

Embora ambos os lados da mesa estejam numa posição complexa, “especialmente porque faltam apenas alguns dias para a cimeira europeia”, Michel Barnier descreveu as negociações que decorreram durante o fim de semana, dias 12 e 13 de outubro,  como “construtivas”.

Estas negociações estão a decorrer a poucos dias da reunião do Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro em Bruxelas, que tem sido encarada como a última oportunidade para evitar uma saída britânica da UE sem acordo, com pesadas consequências, ou para abordar um possível terceiro adiamento do processo.

No início de outubro, o Reino Unido apresentou uma proposta alternativa para o Brexit.

Um dos pontos problemáticos da proposta britânica, segundo o principal negociador da UE, assenta na ausência de “certezas jurídicas” relativamente ao mecanismo de salvaguarda e no papel reservado à Irlanda do Norte, cujas autoridades autónomas teriam o poder de autorizar (ou revogar) o alinhamento com as regras do mercado comum naquele território todos os quatro anos.

Inicialmente agendada para 29 de março, a saída do Reino Unido foi adiada para 31 de outubro, uma data que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, assegura que irá respeitar, haja ou não acordo entre os 27 e Londres.

A legislação em vigor estipula que o primeiro-ministro britânico é obrigado a pedir uma extensão do processo do Brexit por mais três meses, até 31 de janeiro, se não for alcançado um acordo até 19 de outubro nem autorizada uma saída sem acordo.

Em 9 de outubro, o presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli, disse que o Parlamento Europeu apoiaria um eventual adiamento do Brexit para permitir eleições ou um novo referendo.

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