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Licenciamentos? “Enquanto não resolvermos o problema os investidores desistem”, diz ex-bastonário dos engenheiros

Fernando Santo assume que se a questão da burocracia no licenciamento dos projetos não for resolvida os investidores estrangeiros vão sair de Portugal. “A não ser que a intenção seja mesmo correr com eles”, referiu na conferência ‘Forma Futura – uma reflexão sobre a construção’.
28 Novembro 2023, 11h19

A questão dos licenciamentos continua a gerar preocupação no sector da construção face a toda a burocracia que é exigida ao nível das autarquias e do próprio país.

“Enquanto não conseguirmos resolver isto os investidores estrangeiros desistem, a não ser que a intenção seja mesmo correr com eles”, afirmou Fernando Santo, ex-Bastonário da Ordem dos Engenheiros na conferência ‘Forma Futura – uma reflexão sobre a construção’, organizada pelo Jornal Ecónomico e a Transfor que decorre no Teatro Miguel Franco, em Leiria esta terça-feira, 28 de novembro.

Para o ex-Bastonário não é possível fazer uma visão de futuro sem perceber que sector é este. “Quando olhamos para a construção é mais um conjunto de empresas que produz obras, é uma atividade de interesse nacional ao mais alto nível. Infelizmente, nem sempre foi assim”, afirmou.

De resto, Fernando Santo vai mais longe e assume que se não conseguirmos olhar para a construção como uma atividade que tem como primeira missão servir a população ficamos muito mal na fotografia.

O tema da habitação foi outro dos pontos abordados, recordando que nos anos 70 esse problema já existia tal como temos hoje. “Na altura faltavam 500 mil fogos, produziamos 30 mil fogos por ano. Produzimos em média por ano 94 mil fogos entre 1996 e 2005. Nos últimos dez anos foram 13 mil fogos, apenas 14%”, salientou.

Já nas obras públicas destacou que o país tem outro problema para resolver além do licenciamento, realçando que o Estado e as autarquias não estão preparados para responder às necessidades do sector. “Nos últimos 20 anos não ofereceram condições aos engenheiros. Perdemos uma área importante que era saber ensinar os mais novos com a experiência dos mais velhos”.

Para o ex-Bastonário os portugueses não têm dinheiro para pagar as exigências que fazem às empresas de construção. “O sector está refém do poder político. O sector precisa de um plano com o Governo seja ele qual for”, sublinhou.

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