[weglot_switcher]

Líder parlamentar do PS acusa BE de ser “um partido de protesto” e não procurar “construir pontes” (com áudio)

Em reação à Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, que decorreu este fim de semana, Ana Catarina Mendes rebateu as críticas apontadas pelos bloquistas ao PS e sublinhou que foi o partido de Catarina Martins que não conseguiu “construir pontes” apesar das “divergências”.
Mário Cruz/Lusa
24 Maio 2021, 12h32

A líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Ana Catarina Mendes, acusa o Bloco de Esquerda (BE) por ser apenas “um partido de protesto” e não “um partido construtor de soluções”. Em reação à Convenção Nacional do BE, que decorreu este fim de semana, Ana Catarina Mendes rebateu as críticas apontadas pelos bloquistas ao PS e sublinhou que foi o BE que não conseguiu “construir pontes” apesar das “divergências”.

“Da convenção do BE percebe-se que não consegue sair de um partido de protesto para um partido construtor de soluções nas dificuldades, capaz de entender que nas divergências de cada partido é possível construir pontes e respostas que o país precisa”, escreveu Ana Catarina Mendes, no Facebook, em reação aos dois dias da XII Convenção Nacional do BE, em Matosinhos, que ficaram marcados por críticas ao PS e ao Governo.

A líder da bancada socialista lembra que, entre 2015 e 2019, “com o PS a liderar o Governo, a esquerda parlamentar soube encontrar as respostas para melhorar a vida dos portugueses”, mas que tal não se verificou no Orçamento do Estado para este ano (OE2021), que o BE votou contra. O OE2021 acabou por ser viabilizado pelo PCP, PEV, PAN e as duas deputadas não inscritas (Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues), mas o chumbo do BE continua a gerar atrito entre os socialistas e bloquistas.

Durante a convenção, o dirigente do BE Pedro Filipe Soares (cujo mandato de deputado e líder parlamentar está suspenso por licença parental) referiu que “ainda está por mostrar” que o Governo queria “um Orçamento do Estado à esquerda” e garantiu que qualquer Orçamento do Estado “de esquerda” terá “o apoio do BE”. Mas Ana Catarina Mendes contesta a “tentativa” do BE de ” expiar o peso do voto contra, ao lado da direita, no último orçamento”.

Ana Catarina Mendes insiste que o OE2021 “reforçou o SNS [Serviço Nacional de Saúde], aumentou a proteção social, criou uma nova prestação para quem nunca descontou para a segurança social, aumentou a proteção no desemprego, garantiu o lay-off a 100% aos trabalhadores para que não perdessem o seu emprego e o seu rendimento”. “Apenas para dar alguns exemplos de um OE verdadeiramente social”, indica.

A presidente do grupo parlamentar do PS assegura ainda que o partido esteve “sempre disponível para dialogar e continua”, e que, com a crise provocada pela Covid-19, é importante “ler o que os portugueses disseram nas eleições de 2019: o PS a liderar o Governo com o apoio dos partidos à esquerda no Parlamento”. O PCP percebeu isto e lutou no último orçamento com propostas próprias que estão a ser executadas”, refere.

“Saibamos, pois, passada a espuma dos dias, encontrar as soluções para recuperar o país e continuar a dar uma vida melhor aos portugueses. Aqui estaremos para continuar o trabalho iniciado em 2015”, atira ao BE.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.