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Lisboa lidera destacada no ranking digital e regiões autónomas estão no fim do tabela

Segundo o IDR 2024, a região da Grande Lisboa, face às restantes regiões NUTS II portuguesas, regista um desempenho de enorme supremacia em relação às restantes 8 regiões, evidenciando significativas assimetrias regionais na construção da Sociedade da Informação em Portugal. Em segundo lugar, surge a Península de Setúbal. A última posição é ocupada pela Região Autónoma dos Açores.
Lisboa
2 Setembro 2025, 16h57

Continuam a registar-se “enormes” assimetrias na construção da Sociedade da Informação em Portugal. Segundo o Índice Digital Regional (IDR) 2024, que hoje foi publicado pela Universidade do Minho, a região da Grande Lisboa, face às restantes regiões NUTS II portuguesas, regista um desempenho de enorme supremacia, evidenciando as significativas assimetrias regionais na construção da Sociedade da Informação em Portugal.

Em segundo lugar surge a Península de Setúbal, cujos municípios integravam também a anterior Área Metropolitana de Lisboa, seguida da região Centro, que aparece em terceiro lugar. A última posição é ocupada pela Região Autónoma dos Açores.

Os resultados do Índice Digital Regional (IDR) 2024, que acabam de ser publicados pela Universidade do Minho, decorrem da compilação dos indicadores de acordo com a nova organização NUTS II, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2024, mantendo-se a enorme superioridade de desempenho por parte do território em torno da antiga Área Metropolitana de Lisboa.

“Depois de tantos anos e de muitos milhões de euros de Fundos Estruturais aplicados na coesão e na convergência territoriais, depois de tantos alertas e reflexões coletivas para a necessidade de um maior equilíbrio e equidade no desenvolvimento regional, a verdade é que, em aspetos tão relevantes que caracterizam a Sociedade da Informação, as assimetrias regionais vão persistindo e até, em alguns casos, agravando”, sustenta o investigador do Gávea – Observatório da Sociedade da Informação da Universidade do Minho, Luís Miguel Ferreira.

O coautor do estudo acrescenta que “em 58% do total de indicadores usados na presente edição do estudo, a região Grande Lisboa obteve a melhor pontuação entre todas as regiões portuguesas, sendo de acrescentar que, em 17% dos indicadores, o mesmo se registou na Península de Setúbal.” Ou seja, “em 3/4 do total dos indicadores, a antiga Área Metropolitana de Lisboa obteve o score mais elevado.”

O IDR é um instrumento concebido pela Universidade do Minho através do Gávea – Observatório da Sociedade da Informação, iniciado no âmbito do trabalho de doutoramento de Luís Miguel Ferreira, sob a orientação do Professor Luís Amaral, publicado pela primeira vez em 2014. Visa especificamente “compreender a realidade da Sociedade da Informação nas sete regiões NUTS II portuguesas, comparando-as e contrastando-as.“

“Nos quatro sub-índices (contexto, infraestrutura, utilização e impacto), a supremacia das regiões da Grande Lisboa e Península de Setúbal (que compunham a anterior Área Metropolitana de Lisboa) é total: ocupam sempre as 1ª e 2ª posições, respetivamente”, revela o IDR 2024.

Luís Miguel Ferreira, coautor do estudo, salienta que “na edição deste ano do IDR, que contou com uma importante revisão de metodologia pelo facto de ter entrado em vigor a nova organização territorial em torno de novas NUTS II, continua a verificar-se uma tendência de grande distanciamento da Grande Lisboa em relação às restantes regiões portuguesas, o que evidencia uma crónica existência de enormes assimetrias regionais na construção da Sociedade da Informação em Portugal, tal como acontece, aliás, noutras áreas do desenvolvimento do nosso país.”

Luís Amaral, o outro coautor do estudo, reforça: “mesmo após décadas de políticas de coesão e elevados investimentos, as disparidades não só persistem como tendem a consolidar-se. Assim, o estudo evidencia que o caminho para uma verdadeira convergência territorial no domínio digital ainda está longe de ser alcançado.”

De salientar ainda a Região Norte, que ocupa a 5ª posição do ranking, atrás do Algarve, que consegue desta feita a 4ª posição. As regiões autónomas da Madeira e dos Açores ocupam as últimas posições, a 8ª e 9ª, respetivamente.


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