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Lisboa supera Nova Iorque e Paris entre as capitais mundiais do imobiliário de luxo

A capital ocupa a décima posição em relatório internacional e apresenta uma previsão de crescimento de 2,5% no mercado de imobiliário de luxo para 2024. No entanto, o mesmo estudo alerta que as eleições antecipadas são risco potencial para este mercado.
28 Dezembro 2023, 12h37

Lisboa tem sido uma das cidades mundiais mais procuradas por cidadãos estrangeiros em 2023, nomeadamente no que respeita o mercado de imobiliário de luxo. O próximo ano parece que não vai ser exceção e a capital portuguesa coloca-se mesmo no top10 de mercados mundiais com melhor desempenho.

Esta é, pelo menos, a projeção mais recente da Knight Frank. Lisboa ocupa a décima posição do relatório, tendo uma previsão de crescimento de 2,5% no mercado de imobiliário de luxo, estando à frente de cidades como Nova Iorque, Zurique ou Paris.

Ainda assim, as eleições foram classificadas pela parceira da Quintela e Penalva como “o maior risco potencial para os mercados de luxo em 2024” e Portugal não escapou dessa análise, dada a queda prematura do Governo e novas eleições marcadas para 10 de março. Assim, a flexibilização dos regulamentos fiscais e imobiliários foi considerada a maior oportunidade para o próximo ano.

“O presente relatório de research da Knight Frank aponta para as eleições como potencial risco para o mercado residencial de luxo e, como maior oportunidade, a flexibilização dos processos administrativos e fiscais, de modo a tornar o mercado imobiliário mais atraente para o investimento estrangeiro”, destaca Francisco Quintela, partner da Quintela e Penalva|Knight Frank.

“Não obstante, apesar de o cenário em Portugal ser ainda incerto quanto a novas medidas para o sector imobiliário, os investidores estrangeiros continuam a acreditar na nossa capacidade de atrair investimento e a escolher o nosso país para viver”, assegura Francisco Quintela em comunicado.

Preços devem crescer 2,5% em 2024

Este ano, o preço dos imóveis de luxo devem verificar um aumento global de 2,4%, estando previsto um crescimento de 2,5% para o próximo ano. Isto significa que Lisboa está em linha com o aumento.

“O Dubai lidera as previsões para 2023, com um crescimento previsto de 14%, seguido de Madrid (6,5%), Estocolmo (5%), Seul (4,5%) e Miami (4%)”, sendo que “estes mercados estão a recuperar das recentes quedas de preço ou a registar uma forte migração de riqueza”, sustenta o research.

Mas na lista para 2024 tudo muda. O Dubai foi o líder nas previsões de preço em 2023, mas foi destronado por Auckland para 2024, com a cidade australiana a verificar um aumento de 10% dos preços de luxo.

Assim, o Dubai cai para a terceira posição, com um crescimento de 5%, o mesmo que Madrid e ligeiramente acima de Estocolmo (4,5%).

Existe um “otimismo cauteloso”, com os compradores de imóveis de luxo a considerarem que os riscos económicos estão a diminuir, tanto do lado da procura, com forte destaque para o recuo da inflação e para o facto da subida das taxas de juro estar a entrar no capítulo final.

De acordo com Kate Everret-Allen, head of international residential research, “alguns compradores de produtos de alta gama estão confiantes de que o pior já passou. Com a inflação a recuar e a subida das taxas de juro a entrar no seu capítulo final, já se sente que
o apetite dos mercados está reforçado.”

Kate Everret-Allen refere ainda que os custos da construção, a escassez persistente de mão de obra e o risco das famílias na contratação de crédito para nova habitação está a contribuir para a falta de produto no mercado. As previsões anuais da Knight Frank mostram ainda que a percentagem de compradores a pronto nas vendas de imóveis de primeira categoria passou de 46% para 52% nos últimos seis meses.

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