Lisboa tem sido uma das cidades mundiais mais procuradas por cidadãos estrangeiros em 2023, nomeadamente no que respeita o mercado de imobiliário de luxo. O próximo ano parece que não vai ser exceção e a capital portuguesa coloca-se mesmo no top10 de mercados mundiais com melhor desempenho.
Esta é, pelo menos, a projeção mais recente da Knight Frank. Lisboa ocupa a décima posição do relatório, tendo uma previsão de crescimento de 2,5% no mercado de imobiliário de luxo, estando à frente de cidades como Nova Iorque, Zurique ou Paris.
Ainda assim, as eleições foram classificadas pela parceira da Quintela e Penalva como “o maior risco potencial para os mercados de luxo em 2024” e Portugal não escapou dessa análise, dada a queda prematura do Governo e novas eleições marcadas para 10 de março. Assim, a flexibilização dos regulamentos fiscais e imobiliários foi considerada a maior oportunidade para o próximo ano.
“O presente relatório de research da Knight Frank aponta para as eleições como potencial risco para o mercado residencial de luxo e, como maior oportunidade, a flexibilização dos processos administrativos e fiscais, de modo a tornar o mercado imobiliário mais atraente para o investimento estrangeiro”, destaca Francisco Quintela, partner da Quintela e Penalva|Knight Frank.
“Não obstante, apesar de o cenário em Portugal ser ainda incerto quanto a novas medidas para o sector imobiliário, os investidores estrangeiros continuam a acreditar na nossa capacidade de atrair investimento e a escolher o nosso país para viver”, assegura Francisco Quintela em comunicado.
Este ano, o preço dos imóveis de luxo devem verificar um aumento global de 2,4%, estando previsto um crescimento de 2,5% para o próximo ano. Isto significa que Lisboa está em linha com o aumento.
“O Dubai lidera as previsões para 2023, com um crescimento previsto de 14%, seguido de Madrid (6,5%), Estocolmo (5%), Seul (4,5%) e Miami (4%)”, sendo que “estes mercados estão a recuperar das recentes quedas de preço ou a registar uma forte migração de riqueza”, sustenta o research.
Mas na lista para 2024 tudo muda. O Dubai foi o líder nas previsões de preço em 2023, mas foi destronado por Auckland para 2024, com a cidade australiana a verificar um aumento de 10% dos preços de luxo.
Assim, o Dubai cai para a terceira posição, com um crescimento de 5%, o mesmo que Madrid e ligeiramente acima de Estocolmo (4,5%).
Existe um “otimismo cauteloso”, com os compradores de imóveis de luxo a considerarem que os riscos económicos estão a diminuir, tanto do lado da procura, com forte destaque para o recuo da inflação e para o facto da subida das taxas de juro estar a entrar no capítulo final.
De acordo com Kate Everret-Allen, head of international residential research, “alguns compradores de produtos de alta gama estão confiantes de que o pior já passou. Com a inflação a recuar e a subida das taxas de juro a entrar no seu capítulo final, já se sente que
o apetite dos mercados está reforçado.”
Kate Everret-Allen refere ainda que os custos da construção, a escassez persistente de mão de obra e o risco das famílias na contratação de crédito para nova habitação está a contribuir para a falta de produto no mercado. As previsões anuais da Knight Frank mostram ainda que a percentagem de compradores a pronto nas vendas de imóveis de primeira categoria passou de 46% para 52% nos últimos seis meses.
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