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Lisnave acredita que concessão será prorrogada

A revelação foi feita pelo CEO da Lisnave. Nuno Santos adiantou que “agora temos um período de um ano e meio de negociações entre o estaleiro e o concedente para definir as condições dessa prorrogação. Atualmente estamos nessa fase”.
26 Setembro 2024, 20h22

A Lisnave já manifestou junto do Governo o interesse na renovação do atual contrato de concessão, refere Nuno Santos, CEO da Lisnave, durante a sessão “Indústrias navais desafios da descarbonização”, que teve lugar na Porto Maritime Week.

O CEO revelou que “de acordo com o contrato de concessão em vigor temos três anos, antes do termo do contrato, para fazer uma manifestação de interesse e assim o fizemos formalmente junto do Governo”.

Nuno Santos adiantou que “agora temos um período de um ano e meio de negociações entre o estaleiro e o concedente para definir as condições dessa prorrogação. Atualmente estamos nessa fase”.

Relativamente ao prazo da prorrogação do contrato, o CEO da Lisnave disse que essa componente não está definida e faz parte do processo negocial, mas assumiu que #ficaria muito surpreendido se essa prorrogação não fosse aprovada ou não fosse dada a continuidade do contrato de uma outra forma”.

Na passada segunda-feira, na abertura da Porto Maritime Week, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, anunciou que o prazo máximo das concessões portuárias vai aumentar de 30 para 75 anos.

“Queremos garantir um maior crescimento do setor e, para isso, precisamos de maior investimento público e privado”, disse o secretário de Estado, salientando que aumentar o prazo máximo das concessões para 75 anos irá “permitir que os privados possam recuperar o investimento realizado nos terminais”.

Hugo Espírito Santo revelou ainda que as administrações portuárias vão apresentar à tutela um plano de investimentos sustentado na nova estratégia para os portos nacionais, de acordo com um decreto-lei que será publicado em breve.

Hoje, Nuno Santos disse que “temos um histórico de recuperação de uma empresa que estava tecnicamente falida, que custava muito dinheiro aos contribuintes portugueses, com um passivo financeiro e social enorme”.

“O passivo financeiro foi todo liquidado sem custos para os contribuintes e o passivo social também foi resolvido. A empresa tem tido um desempenho exemplar, trabalhamos em concorrência no mercado internacional e sem qualquer apoio do Estado”, referiu o CEO.

“Os contribuintes portugueses não desembolsam um cêntimo para a Lisnave, aliás o Estado como pequeno acionista da empresa ainda recolhe dividendos dos resultados positivos obtidos”, concluiu.

Durante a sua intervenção, Nuno Santos realçou ainda o facto da empresa ter tido no ano passado o seu melhor ano de sempre e ter distribuído pelos trabalhadores uma verba na ordem dos três milhões de euros, no entanto também adiantou que a Lisnave tem um problema de imagem: «somos vistos como uma indústria muito “suja”, devido às características da própria indústria naval e temos de trabalhar melhor a nossa comunicação.

“Na verdade, somos umas das indústrias mais “verdes” que existem, porque contribuímos para a recuperação e reutilização dos navios, sem a necessidade de gastarmos matéria prima”, acrescentou.

Quanto ao futuro, garantiu que a Lisnave tem um forte plano de investimentos para reforçar a sua presença no mercado da reparação naval a nível internacional planos de investimentos para atuar na construção de equipamentos para as energias renováveis offshore e reciclagem naval, entre outros.

Tal como noticiou o Jornal Económico, a companhia de Setúbal quer expandir o negócio para a construção de eólicas marítimas (offshore) para a desmontagem e reciclagem de navios. Plano terá um investimento de 200 milhões de euros mas deverá chegar aos 400 milhões de euros.

A quinta edição da Porto Maritime Week, organizada pelo Transportes & Negócios, decorre entre 23 e 27 de setembro, no Auditório Infante D. Henrique, no Porto de Leixões.

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