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Livro: “Banzeiro òkòtó”

Este não é apenas mais um livro de denúncia da tremenda devastação que ocorre diariamente na floresta amazónica; é, também, um potenciador de reflexão e de busca de soluções para um problema que adquiriu uma escala global.
© Azul Serra
27 Setembro 2025, 10h50

Há anos que a Amazónia tem estado no centro do debate sobre as alterações climáticas. O abate de árvores que começou há muitas décadas – e se intensificou nos anos em que Bolsonaro ocupou o Palácio do Planalto, em Brasília – ameaça transformar aquela que foi a maior floresta tropical do planeta num autêntico deserto.

Eliane Brum (Ijuí, Rio Grande do Sul, 1966) vive há vários anos nas margens do Rio Xingu, um dos mais de mil afluentes do Amazonas. A partir da sua própria experiência, cruzando narrativa pessoal e investigação jornalística, Brum entrelaça vivências e histórias pessoais de diversos povos da região, cuja ancestral relação com a natureza está igualmente ameaçada.

Mas que representa também uma oportunidade de transformação, de regeneração, desde que haja a devida capacidade de resistência aos interesses económicos, à corrupção e à ganância que, atualmente, parece ser a maior força motriz do capitalismo. Para tal, precisamos de aprender a ouvir, bem como de reconhecer que Davos não pode ser o centro do mundo se queremos sobreviver enquanto espécie.

 

 

“Banzeiro òkòtó”, editado pela Companhia das Letras, não é apenas mais um livro de denúncia da tremenda devastação que ocorre diariamente; é, também, um potenciador de reflexão e de busca de soluções para um problema que adquiriu uma escala global. Daí o título, de “banzeiro” – o lugar onde o rio se transforma em vórtice assustador – a “òkòtó” – palavra iorubá que designa uma concha de espiral infinita.

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