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Livro: “Evereste, 1922”

Fique a conhecer a história dramática da primeira tentativa de escalada à montanha mais alta do mundo, o Everest, com os seus 8.848,86 metros, pela mão do escritor e realizador de documentários Mick Conefrey.
10 Dezembro 2022, 12h00

 

“Evereste, 1922”, das Edições 70, é a história dramática da primeira tentativa de escalada à montanha mais alta do mundo, com os seus 8.848,86 metros. Com base em pesquisas aprofundadas, diários, cartas, documentos (conhecidos e inéditos), o autor revela a história de uma expedição épica à montanha mais alta do mundo, incluindo os bastidores políticos e as rivalidades por trás desta temerária aventura.

No início do século XX, o monte Evereste era um lugar misterioso, remoto e inacessível, que apenas os mais corajosos ousavam pisar. A primeira tentativa de escalada, em 1922, por George Leigh Mallory e uma equipa britânica, é uma história extraordinária repleta de controvérsia, drama e incidentes, povoada por um conjunto de personagens maiores que a vida, algumas fazendo lembrar Indiana Jones, o intrépido arqueólogo interpretado por Harrison Ford nos filmes de aventuras realizados por Steven Spielberg.

Esta primeira expedição terminou em tragédia quando, à terceira tentativa de atingir o topo, o grupo foi surpreendido por uma avalanche que causou a morte a sete pessoas. Mas, o que se aprendeu nesta ocasião viria a ser determinante para a sua conquista, em 1953, por Edmund Hillary e o sherpa Tenzing Norgay, nomeadamente o estilo de montanhismo: grandes expedições, com vastas equipas e muitos acampamentos, numa espécie de cerco ao cume.

A lentidão de uma ascensão progressiva, com dias em que se ganhavam poucos metros – um dos alpinistas concluiu que, para aguentar e não ficar sem fôlego, devia manter um ritmo constante de cerca de noventa metros por hora –, começou a causar algum tédio no acampamento-base o que, aliado à altitude, provocava algum mal-estar e discussões frequentes entre os membros da equipa.

Quando se assinala um século sobre este feito, a reputação da mais famosa montanha do mundo tem sido grandemente manchada nos últimos anos devido às longas filas de alpinistas a tentar chegar ao cume pelo lado da Lhotse, ao lixo que se vai amontoando por todo o lado, às expedições céleres desenhadas para ricos (que incluem helicópteros e estadias retemperadoras em hotéis de cinco estrelas) ou a tétricas histórias de cadáveres congelados.

Mick Conefrey, escritor e realizador de documentários (como a série da BBC “The Race for Everest”), cria uma narrativa centrada nas personagens, explorando as motivações e dramas pessoais, aos quais não é estranho o contexto político da época – há décadas que os britânicos temiam que a Rússia pudesse invadir a Índia através do Nepal ou do Tibete, na altura países fechados aos ocidentais.

Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.

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