“As cidades indianas são um labirinto, não um labirinto de ruas (… ) mas um labirinto de gente e cães e cabras e vacas e galinhas e cavalos e camelos e bicicletas e riquexós e motas e ‘tuck-tucks’ e carros e carrinhas e camionetas e camiões, tudo em movimento lento, em movimento apressado (…).
Segues a multidão.
(…)
Segues na multidão.”
“Yoko Meshi”, de Raquel Serejo Martins, publicado pela Poética Edições, é um livro de crónicas de viagem com uma rara (na literatura de viagens portuguesa) carga poética.
Tecendo considerações de vária índole, recordando filmes, livros e leituras, frequentemente usando um registo mais intimista, Raquel Serejo Martins vai deixando que sejam os lugares que visita (as árvores na alameda do Palácio Real, em Copenhaga, que lhe lembram imagens de imbondeiros moçambicanos), a história que lhes está associada (como Acre, em Israel, por onde passaram o sultão Saladino ou Ricardo ‘Coração de Leão’) e as pessoas com quem se cruza (num restaurante, em Margão, os comensais parecem-lhe todos saídos um livro de Agualusa) a ocupar o centro dos seus textos sobre sítios tão díspares como Berlim, Índia, Israel e Petra, Dinamarca e Malmo e a Grécia.
Economista a contragosto, fumadora com gosto e com desgosto, vegetariana, nadadora nada exímia, dançava flamenco agora estuda violoncelo, vive em Lisboa, tem dois gatos e tem publicados dois romances, seis livros de poesia e duas peças de teatro, para além de poemas traduzidos para espanhol, francês e inglês. Já escreveu a letra de duas canções.
Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com