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Lucro da Galp cai 24% para 103 milhões no 1º trimestre e falha estimativas

A estimativa média dos analistas apontava para um lucro de 120 milhões de euros entre janeiro e março. A Galp explicou que os resultados foram afetados por um evento não-recorrente relacionado com a unitização no campo Lula, no Brasil. O EBITDA aumentou 9% para 494 milhões.
  • Galp
29 Abril 2019, 07h00

O lucro líquido ajustado da Galp Energia caiu 24% no primeiro trimestre, em termos homólogos, para 103 milhões de euros e falhou a estimativa média dos analistas devido ao impacto de um evento não-recorrente relacionado com a unitização no campo Lula, no Brasil, afirmou a empresa esta segunda-feira.

O EBITDA – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – aumentou 9% em termos homólogos para os 494 milhões, “considerando o impacto positivo da aplicação da IFRS 16 (44 milhões)”, disse, em comunicado divulgado no site da CMVM. “Excluindo este efeito, o EBITDA situar-se-ia em linha em termos homólogos.

A média das estimativas dos analistas apontava para um lucro líquido de 120 milhões de euros e um EBITDA de 493 milhões de euros. Os números são ajustados para corrigir os efeitos de stock (RCA).

A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva explicou que a Agência Nacional do Petróleo no Brasil comunicou em março a aprovação do acordo de unitização relacionado com a acumulação de Lula. A participação da Galp através da Petrogal Brasil passou de 10% para 9,209%, com efeito a partir de 1 de abril de 2019.

“A Galp reconheceu um impacto negativo de €98 m em resultado líquido como evento não recorrente relacionado com ajustamentos a resultados de períodos passados”, sublinhou.

“Os processos de unitização dão origem a equalizações entre os participantes de cada área licenciada, baseadas nos custos de investimento incorridos no passado pelos parceiros, considerando a sua participação original, e os resultados líquidos recebidos. É esperado que estas equalizações originem reembolsos entre os parceiros em função dos termos e condições acordados entre os mesmos”, explicou.

A petrolífera portuguesa adiantou que o EBITDA do negócio de Exploração & Produção foi de 374 milhões, incluindo o impacto positivo de 33 milhões da aplicação da legislação IFRS 16, um aumento de 28% em termos homólogos com o aumento da produção e a apreciação do dólar a compensar o menor preço das commodities.

A produção média working interest foi de 112,6 mil barris por dia, um aumento homólogo de 8%, devido ao
aumento da produção no Brasil, nomeadamente da FPSO #7, do ramp-up da FPSO #8, e do início da produção em fevereiro da FPSO #9, todas no campo Lula. Em Angola, o aumento da produção deveu-se ao contributo da FPSO em Kaombo Norte, no bloco 32.

No negócio de Refinação & Distribuição, o EBITDA foi de 70 milhões, considerando o impacto positivo de 12 milhões da aplicação da norma IFRS 16.

“Os resultados foram, no entanto, impactados pelas menores margens de refinação e por restrições operacionais”, frisou. A margem de refinação caiu 30% para 2,3 dólares por barril, face aos 3,3 dólares no período homólogo.

O EBITDA do negócio Gas & Power aumentou 14 milhões para os 47 milhões de euros, “refletindo sobretudo um melhor desempenho da atividade de comercialização de gás natural e eletricidade na Península Ibérica”.

A Galp informou que a o investimento totalizou 149 milhões de euros durante o período, dos quais 89% foram alocados ao negócio de E&P, principalmente à execução de Lula, ao bloco 32 e ao projeto de GNL em Moçambique.

A 31 de março de 2019, a dívida líquida situava-se em 1.603 milhões de euros, um decréscimo de 134 milhões face ao final de 2018, refletindo a geração de caixa durante o período. O rácio de dívida líquida para Ebitda RCA, considerando os ajustes da aplicação da norma IFRS 16 no EBITDA RCA, foi de 0,7 vezes.

Durante o trimestre, a taxa de juro média da dívida diminuiu para 1,8%, refletindo a emissão de dívida a uma taxa competitiva durante 2018 e o reembolso em janeiro dos primeiros instrumentos de dívida a serem emitidos ao abrigo do programa EMTN (“Euro Medium Term Note”), no montante de 500 milhões, acrescentou a Galp.

[Atualizada ás 7h30]

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