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Lucros da CGD caem 41 % no primeiro semestre para 249 milhões

O banco do Estado, liderado por Paulo Macedo, constitui imparidades de 156 milhões de euros por causa do impacto da Covid-19 na economia, o que explica essencialmente a quebra do resultado líquido.
  • Cristina Bernardo
31 Julho 2020, 16h38

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou uma diminuição homóloga de 41% no resultado líquido do primeiro semestre que atingiu os 249 milhões de euros no consolidado.

O banco do Estado, liderado por Paulo Macedo, constituiu imparidades de crédito e de provisões para garantias bancárias de 156 milhões de euros por causa do impacto da Covid-19 na economia, o que explica essencialmente a quebra do resultado líquido, que têm carácter provisório.

O resultado líquido inclui um resultado extraordinário de 51 milhões de euros decorrentes de ganhos atuariais nas responsabilidades com benefícios pós emprego. Sem este ganho extraordinário, o resultado líquido recorrente ascendeu a 198 milhões, o que traduz uma quebra homóloga de 30%.

O resultado da exploração core na atividade doméstica — que integra a margem financeira e receitas com comissões e retirar os custos de estrutura — ascendeu a 265 milhões de euros , o que traduz uma quebra de 3,8% face aos primeiros seis meses do ano passado.

O banco do Estado explica que a margem financeira foi pressionada pela evolução do stock do crédito e das baixas taxas de juro. Na atividade doméstica, a margem financeira ascendeu a 310 milhões de euros, isto é, uma quebra homóloga de 10,9%.

As receitas com comissões bancárias, que integram comissões bancárias e comissões com fundos e seguros, ascenderam a 244 milhões de euros, o que traduz uma subida homóloga de 1%. A explicar este resultado está a subida de 19,1% das receitas com comissões de fundos e seguros, que compensaram a quebra de 1,4% registada nas receitas com comissões bancárias.

O banco público conseguiu uma redução de 7% nos custos de estrutura, que caíram de junho de 2019 para junho de 2020, 472 milhões para 412 milhões. Os custos administrativos caíram 13%, os custos com pessoal contraíram 5% e as depreciações e amortizações reduziram-se em 1%.

O rácio de eficiência, cost-to-income, fixou-se nos 44% para a atividade doméstica. Paulo Macedo, CEO da CGD, disse que “está em linha com o objetivo do plano estratégico, e que é um objetivo difícil”. Mas alertou: “é de esperar que não venham a melhorar por causa da quebra dos proveitos. Prevê-se uma queda de 20% dos proveitos para a banca europeia, em média”.

O volume de negócios cresceu 3,9% face ao primeiro semestre do ano passado, ascendendo a 118.272 milhões de euros em Portugal.

Os recursos dos clientes passaram de cerca de 73 mil milhões de euros para mais de 77 mil milhões de euros. E a carteira de crédito subiu de 40.900 milhões de euros para 41.247 milhões de euros, impulsionada pelo segmento de empresas, cuja concessão de crédito subiu 3,2% para 14.145 milhões de euros. O rácio de transformação fixou-se em 68%.

O rácio de NPL total caiu de 7,3% em junho de 2019 para 4,4% em junho de 2020. Olhando apenas para os NPL superiores a 90 dias, o rácio caiu de 4,7% para 2,6%. José de Brito, CFO da CGD, explicou que a diminuição do rácio se deveu a recuperação de crédito, curas e pequenas vendas, sendo que durante o período não houve write-offs.

O rácio de cobertura de NPL subiu de 105,5% para 124,2%. O banco tem cerca de 300 milhões de euros em NPL que não estão cobertos por imparidades. O rácio de NPL líquido de impariades é de 0,6%.

Os NPL passaram de 2,7 mil milhões de euros em dezembro de 2019 para 2,6 mil milhões de euros em junho de 2020. Desde 2016, o banco do Estado reduziu os NPL em oito mil milhões de euros.

A CGD tem no balanço 517 milhões de euros em imóveis para, isto é, uma diminuição de 7,8% face a dezembro de 2019.

return on equity (ROE), que é um rácio de rentabilidade, fixou-se em 6,7%, o que compara com os 8% em 2019 e o objetivo previsto no plano estratégico fixado em 9%.

No que diz respeito ao capital, o rácio CET1 atingiu os 16,6%, “o que é bastante robusto face às necessidades de capital”, disse Paulo Macedo, e está num nível superior ao objetivo fixado no plano estratégico, que está em 14%.

O rácio de capita total atingiu os 19,1%.

(atualizada com mais informação)

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