A cultura, que teve de ser colocada em stand-by durante a fase crítica da pandemia em Portugal, vai retomar esta segunda-feira, 1 de junho. Apesar dos espaços culturais representarem “locais de risco de transmissão da Covid-19, devido à elevada afluência de rotatividade de pessoas” e “pelas suas características” específicas, as autoridades de saúde decidiram estabelecer regras para que o regresso aconteça com segurança.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), “os equipamentos culturais, integrados ou fiscalizados por serviços e organismos da área da cultura ou municipais devem ser implementadas medidas de distanciamento físico que garantam a separação de dois metros entre pessoas”, sendo que esta medida fica sem efeito nos “locais de permanência para assistência ao espetáculo e filmes cinematográfico, em local coberto ou ao ar livre”.
De forma a evitar um contacto próximo com outras pessoas, “as entradas e saídas devem ter circuitos próprios e separados” e que nos espaços fechados a máscara deve ser utilizada “por todos os utilizadores e colaboradores”, com exceção dos artistas durante o momento em que se encontram em cena.
Também as “áreas de espera e de atendimento devem ser organizadas por forma a evitar a formação de filas”, garantindo então a distância de dois metros entre pessoas que não vivam na mesma casa. Desta forma, estas áreas têm de apresentar sinalização e marcações físicas de distanciamento, seja através de marcas verticais ou horizontais dispostas no chão.
As bilheteiras, tanto de cinema como teatros, devem, “preferencialmente e se possível, estar equipados com barreiras de proteção” e caso esta proteção entre os dois intervenientes não possível, “o atendimento não deve ser realizado a menos de dois metros”. Se o atendimento só for possível a menos de dois metros, o colaborador deve utilizar máscara.
Por sua vez, as máquinas de venda automática de bilhetes, caso existam, só devem estar disponíveis se a limpeza e desinfeção dos locais de toque for garantida entre cada utilizadores.
Para os eventos culturais, deve ser reforçada e dar-se preferência “à compra antecipada de ingressos por via eletrónica e aos pagamentos por vias sem contacto, através de cartão bancário” ou métodos semelhantes. Os terminais de pagamento automático e utensílios de contacto direto com os clientes devem ser desinfetados após cada utilização.
Como será a distribuição dos lugares?
A ocupação dos lugares sentados nas salas de espetáculo deve ser realizada com um lugar livre entre cada espectador, sendo que apenas os coabitantes podem ficar em lugares seguidos. No entanto, as filas marcar os lugares de forma desencontrada.
Nas salas de espetáculos com palco, as duas primeiras filas junto ao palco não devem ser ocupadas, ou então, “em alternativa, deve ser garantida a distância de pelo menos dois metros entre a boca de cena e a primeira fila ocupada”. Por sua vez, os camarotes nas salas de teatro devem ser apenas por coabitantes, quando têm seis ou menos lugares, e quando têm mais lugares, deve existir um lugar livre entre cada lugar ocupado.
A entrada de espectadores nas salas deve ser realizada por ordem de fila e lugares, “no sentido do lugar mais afastado da entrada”, para evitar o cruzamento entre espectadores. A saída dos espectadores deve ser realizada por um local diferente da entrada.
“As cenas e os espetáculos realizados ao vivo devem ser adaptadas, de forma a minimizar o contacto físico entre os envolvidos”, refere a DGS, acrescentando que no exemplo das orquestras, estas não podem atuar no fosso ou poço da sala de espetáculos.
“O distanciamento físico de dois metros deve ser assegurado entre os instrumentistas que executem instrumentos de sopro, e 1,5 metros entre os restantes instrumentistas”. Também a partilha de instrumentos e acessórios deve ser evitada durante os ensaios e atuações.
Programação ao Ar Livre
“Os recintos de espetáculo devem estar devidamente delimitados, permitindo o acesso apenas aos titulares de bilhete de ingresso, ainda que o espetáculo seja de acesso gratuito, não sendo permitida a entrada física sem controlo por colaborador técnico do espetáculo”, aponta a DGS no documento elaborado que define as regras para estes eventos culturais.
O período das entradas e saídas do público deve ser alargado, de forma a que a entrada dos espectadores possa ser desfasada e que cumpram as regras de distanciamento. Também os lugares devem estar previamente identificados, com cadeiras ou marcadores no chão, cumprindo um distanciamento físico entre espectadores de 1,5 metros.
Caso exista um palco, a distância mínima aplicada entre a boca de cena e a primeira fila tem de ser de dois metros. Os intervalos das programações devem ser evitadas ou reduzidas ao mínimo, para evitar a deambulação de espectadores e a propagação do vírus.
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