Apesar de ter assumido publicamente que tinha vendido em 2022 a sua quota na empresa familiar, Luís Montenegro declarou por três vezes, em 2024, junto da Entidade para a Transparência, que a Spinumviva poderia gerar incompatibilidades e impedimentos no cargo de primeiro-ministro.
A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo “Correio da Manhã” e revela que o chefe de Governo sempre considerou que a sua participação nesta empresa seria um risco para o desempenho do cargo. Revela também o “CM” que Luís Montenegro terá declarado um rendimento de 4.800 euros proveniente da empresa familiar.
A empresa Spinumviva, da qual o primeiro Luís Montenegro ainda é sócio maioritário, terá obtido uma faturação total de 718 mil euros entre 2021 e 2023 mas o gasto total com pessoal terá sido apenas de 92 mil euros, de acordo com informação avançada pelo “Correio da Manhã”.
Na análise que o CM fez às contas da empresa, foi possível perceber que as despesas com salários representaram apenas 13% do volume de negócios total da empresa. Feitas as contas, cada um dos gerentes desta empresa (que são os membros da família do atual primeiro-ministro) receberam um salário de mil euros brutos por mês.
Estima-se que no final de 2023, a empresa tinha, entre dinheiro em caixa e depósitos bancários, um total de 340 mil euros. Nos três anos de atividade, a empresa detida pelo primeiro ministro teve um lucro total de 345 mil euros e pagou de imposto, em sede de IRC, um total de quase 100 mil euros.
Primeiro-ministro continua sócio maioritário
O negócio do atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, com a mulher é nulo, avança esta quarta-feira, o jornal “Correio da Manhã“. Em causa está a venda da quota que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, possui na empresa familiar Spinumviva à mulher, a 30 de junho de 2022.
A publicação diz que este negócio é nulo porque é proibido pelo Código Civil.
Ao ser nulo salienta o “Correio da Manhã”, Luís Montenegro continua como sócio maioritário da empresa (com participação de 62%) e dono da mesma o que pode indiciar uma situação de potencial conflito de interesses.
Montenegro “tranquilo”
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, declarou-se esta quarta-feira “muito tranquilo” com a situação da empresa da sua família e voltou a remeter explicações para o debate da moção de censura no parlamento.
“Já tive a ocasião de dizer, há uma noção de censura que foi apresentada, que incide sobre essa matéria, prestarei todos os esclarecimentos na Assembleia da República”, declarou, em resposta aos jornalistas, na Embaixada de Portugal em Brasília.
“Estou muito tranquilo, farei aquilo que é a minha obrigação, com toda a tranquilidade de quem honrou sempre a sua vida pessoal, profissional e política por critérios de honestidade, de tolerância e de respeito por toda a gente”, acrescentou Luís Montenegro.
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