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Luís Montenegro: “Governo não quer nem vai instrumentalizar forças de segurança”

Abordando a questão da segurança e operação Martim Moniz, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse também que a segurança “não é de direita nem de esquerda” e que “não há” em Portugal nenhuma operação policial dirigida a alguma comunidade específica.
27 Dezembro 2024, 13h53

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou, durante a tomada de posse do secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), Vítor Sereno, e da secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), magistrada Patrícia Barão, abordou a questão da segurança e falou da operação Martim Moniz, afirmando que o executivo “não quer nem vai” instrumentalizar as forças de segurança, que a segurança “não é de direita nem de esquerda” e que “não há” em Portugal nenhuma operação policial dirigida a alguma comunidade específica.

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu, “por sua iniciativa, um processo administrativo, com solicitação de informações à PSP sobre a referida operação [que decorreu em dezembro]”, avançou o “Expresso. A operação levou a detenção de duas pessoas.

“O contexto desta operação decorre da existência de diversas denúncias e participações de ocorrências policiais com a utilização de armas brancas”, disse o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP numa conferência de imprensa para esclarecer a operação policial realizada em dezembro no Martim Moniz.

O governante, durante o discurso de tomada de posse dos novos secretários-gerais do SIRP e do SSI, salientou a importância de se “garantir a eficácia” das forças de segurança, referindo que isso é “fundamental” para garantir a segurança do país.

“Estamos com um tempo diferente, um tempo novo, onde para além de todos os fenómenos tradicionais, temos novos fenómenos que são difíceis de identificar, combater e travar”, disse Luís Montenegro.

O primeiro-ministro abordando o cibercrime, considerou que este fenómeno atinge “repercussões inimagináveis” que atinge o “fulcro da democracia, e condiciona a expressão da vontade popular”.

Luís Montenegro considerou que é o “tempo de partilhar e de integrar numa só visão” e num só trabalho aquela que é a visão de cada um, ao “serviço do interesse nacional”.

Primeiro-ministro critica discurso sobre segurança e operação Martim Moniz

Durante o seu discurso Luís Montenegro abordou a operação Martim Moniz e os discursos que têm que existido sobre o tema da segurança.

Luís Montenegro referiu que se encontra “atónito”, referindo-se à área da segurança, relativamente às reações que apareceram na discussão pública, relativamente ao “esforço do Estado, em garantir a tranquilidade das pessoas, em garantir uma prevenção de condutas criminais, em garantir uma plena integração dos nossos imigrantes”.

Luís Montenegro mostrou-se também “perplexo” e considerou “inusitados” e “absolutamente impróprio” que se possa considerar “ações de natureza preventiva, de natureza policial, em contexto localizados, onde há histórico reiterado de prática de crime, como uma expressão de governação extremista”.

O primeiro-ministro disse que o tema da segurança que “não é de direita nem de esquerda” mas sim “um bem da sociedade, que convém preservar”.

Luís Montenegro afirmou que “não há” em Portugal nenhuma operação policial “dirigida a alguma comunidade específica”, referindo que na operação Martim Moniz foram investigadas pessoas de várias nacionalidades.

“Somos um país que precisa de imigrantes, que precisa de regular a sua entrada, e de assegurar a sua dignidade e integração na sociedade”, disse Luís Montenegro, que afirmou também que o seu Governo “não quer nem vai instrumentalizar” as forças de segurança.

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