O antigo líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Luís Montenegro, afirmou esta quarta-feira que será candidato à presidência do PSD nas próximas eleições diretas do partido. Em entrevista à SIC, o social-democrata acusou o atual líder do PSD, Rui Rio, de ter falhado na estratégia política para o partido, ao procurar entendimentos com o PS em vez da “confrontação política democrática”, o que levou ao “previsível” desaire eleitoral.
“Cada um de nós tem de assumir as suas responsabilidades e irei assumir as minhas. Serei candidato à presidência do PSD) nas próximas eleições diretas, que hão-de ser convocadas nas próximas semanas, por uma questão de coerência e de convicção”, afirmou Luís Montenegro. “O doutor Rui Rio quebrou um ciclo de duas vitórias eleitorais do PSD. Se ele tivesse mantido, essa veia ganhadora do PSD, naturalmente, eu não estaria aqui”.
O ex-líder da bancada do PSD desafiou Rui Rio a concorrer às eleições direitas contra ele, porque “o PSD precisa de uma clarificação, acerca do seu posicionamento político e do seu projeto de intervenção cívica e social no país”. Além disso, Luís Montenegro defende que “Rui Rio tem obrigação de assumir as suas responsabilidades pelo resultado a que conduziu o PSD”.
“Não tenho nenhuma guerra pessoal com o doutor Rui Rio, o que eu quero é um PSD ganhador e que seja alternativa ao PS. O PSD transformou-se nos últimos dois anos, num partido subalterno ao Partido Socialista (PS). O PSD não pode estar todos os dias a reclamar entendimentos com o PS e reclamar reformas estruturais com o PS, o PSD tem de ter vida própria”, disse, sublinhando que o PS de António Costa, “ainda por cima, não é reformista”.
Luís Montenegro defendeu ainda que os resultados eleitorais mostram que “o PS era batível” se tivesse havido uma “estratégia de oposição firme, que tivesse assinalado os erros da governação” e se Rui Rio seguisse a via da “confrontação política democrática”.
“O resultado do PSD é agravado, porque não conseguimos conquistar aqueles eleitores que não quiseram dar vitória ao PS e cativá-los para o nosso projeto e, quiçá, até vencer as eleições”, sustentou.
Sobre a estratégia que quer para o PSD, Luís Montenegro afirmou que quer um partido mais coeso e unido “em torno de um líder, de uma liderança e de um projeto comum”. “Para isso, estarei disponível para integrar nos órgãos e na vida ativa do partido, pessoas com sensibilidades políticas diferentes da minha e, eventualmente, até apoiantes do doutor Rui Rio”, garantiu, acrescentando que o PSD não deve ter “complexos ideológicos”.
Luís Montenegro adiantou também que quer um “PSD vocacionado para ser maioritário” e “o maior dos grandes”, o que pressupõe alianças políticas com o CDS-PP, Iniciativa Liberal e Aliança (que não conseguiu representação parlamentar nas eleições legislativas de domingo. Já o Chega fica fora da equação porque “manifestamente tem um programa político que é inconciliável com o nosso”.
Questionado sobre o processo judicial no qual está envolvido – o Galpgate, onde é suspeito de crimes de recebimento indevido e de falsificação de documento –, garante que não cometeu nenhum crime e que não vai “deixar de exercer os seus direitos cívicos e políticos” por isso.
“Se for acusado, usarei todos os meios de defesa que estiverem ao meu alcance para obstar essa acusação”, indicou.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com