Luís Todo Bom: “Devia ser um objetivo nacional fazer crescer as empresas portuguesas”

O gestor e professor universitário Luís Todo Bom lançou esta quarta-feira uma mensagem de apelo ao próximo ministro das Finanças para a criação de novos incentivos fiscais e financeiros.

“Devia ser um objetivo nacional: fazer crescer as empresas portuguesas. Os nossos sistemas de incentivos não estão preparados”, afirmou, na conferência do JE Advisory “Consolidar para Crescer”, organizada esta manhã pelo Jornal Económico.

“Devíamos ter um sistema de incentivos financeiros em que o quase capital pudesse ser transformado em subsídio a fundo perdido desde que a empresa conseguisse atingir um conjunto de objetivos, nomeadamente exportações”, sugeriu, no encontro que decorre no Hotel Intercontinental Lisbon.

À semelhança da presidente do Banco Português de Fomento, Luís Todo Bom acredita que é possível acelerar o processo de consolidação das empresas, através de duas vias: mais incentivos fiscais e financeiros (capital). “Precisamos também de crescimento de exportações à base da indústria, porque tem dependido do turismo, o que é perigosíssimo”, advertiu.

Só empresas com balanços reforçados, com rácios de autonomia financeira elevados, é que aguentam a pressão do desenvolvimento dos mercados internacionais

Luís Todo Bom, especialista em empresas familiares, destacou à audiência que estas organizações são uma realidade muito complexa e representam 70% das variáveis económicas (emprego, VAB, PIB…) em Portugal e na Europa, dando como exemplo casos como Mota-Engil, José de Mello ou Corticeira Amorim.

“O nosso grande problema são as «P», as pequenas empresas. Não há ambição ou incentivos? O endeusamento das pequenas empresas, político-partidária, não tem nenhuma racionalidade”, defendeu Luís Todo Bom, que recentemente lançou a segunda edição do seu livro “Manual de Gestão de Empresas Familiares”. O principal motivo é a produtividade nas PME em Portugal estar abaixo da média europeia, argumentou o académico.