O presidente brasileiro, Lula da Silva, demitiu o ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, “diante das graves denúncias” e “natureza das acusações de assédio sexual”, indicou hoje a Presidência brasileira.
“Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira, o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”, lê-se no comunicado da presidência brasileira.
Na mesma nota, indica-se ainda que “o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”.
Na sexta-feira, uma professora e candidata a vereadora nas municipais brasileiras acusou o ministro dos Direitos Humanos de assédio sexual, sendo a primeira mulher a sair do anonimato após denúncias da organização não-governamental (ONG) Me too.
Isabel Rodrigues, candidata a vereadora de Santo André, um município em São Paulo, pelo Partido Socialista, partilhou um vídeo nas suas redes sociais dizendo que, há cinco anos, durante um almoço com alunos de um curso de Direito do agora ministro Silvio Almeida, este estava sentado ao seu lado e, em determinado momento, passou a mão por baixo da sua saia.
O presidente brasileiro afirmou que foi informado das denúncias de assédio contra Almeida na quinta-feira, dando ao ministro acusado o direito à defesa e a presunção de inocência, mas acrescentou que o caso já é investigado pela Política Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética da Presidência da República.
O Governo do Brasil reconheceu na noite de quinta-feira, em comunicado, a “gravidade das acusações” contra Almeida e afirmou que “o caso está a ser tratado com o rigor e a celeridade exigidos em situações de possível violência contra a mulher”.
O titular da pasta dos Direitos Humanos sublinhou que todas as denúncias “devem ser investigadas com todo o rigor da lei, mas para isso é preciso que os factos sejam expostos para que possam ser investigados e processados, e não apenas baseados em mentiras, sem provas”.
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