O Partido Social Democrata (PSD) quer ouvir com urgência no Parlamento o conselho de administração da agência Lusa e do secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva. Em causa está a “preocupante” situação financeira da agência de notícias nacional, depois de o diretor de áreas de suporte da Lusa, Joaquim Carreira, ter dito que a empresa “só tem tesouraria para um mês e meio”.
Num requerimento entregue esta segunda-feira à comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, o grupo parlamentar do PSD pede a realização de uma audição ao conselho de administração da Lusa sobre “as condições de funcionamento” da empresa, seguida de uma audição a Nuno Artur Silva sobre as “obrigações e responsabilidades que cabem ao Estado assumir de modo a que a Lusa possa cumprir as suas funções”.
O pedido, com carácter de urgência, surge depois de o diretor de áreas de suporte da Lusa ter dito, numa reunião entre a comissão de trabalhadores e a administração da agência de notícias que teve lugar no dia 21 de janeiro, que a situação de tesouraria da empresa “não é fácil” e que “já não há mais cortes e poupanças” que a empresa possa fazer para equilibrar as contas e evitar terminar o ano com prejuízos.
Segundo foi comunicado aos trabalhadores na reunião, a Lusa poderia ter fechado 2020 com prejuízos, não fosse a excecionalidade do ano, e os 12,8 milhões de euros, acrescidos de 300 mil euros (relativos à compensação pela inflação), que estão previsto no Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) são “insuficientes para as necessidades futuras da Lusa”. Daí, a Lusa ter pedido um reforço de 1,5 milhões de euros no ano passado.
Joaquim Carreira terá mesmo comunicado aos trabalhadores da Lusa, de acordo com o jornal “Observador”, que, até à data, a empresa ainda não tinha recebido “qualquer verba referente aos 1,5 milhões de euros aprovados pelo Parlamento em acréscimo ao orçamentado para 2020”. Depois da reunião, o Governo transferiu parte da verba relativa à compensação pela inflação (640 mil euros), mas ainda assim só equilibra a tesouraria da Lusa por um mês e meio, ou seja, apenas “até ao final de fevereiro”.
O PSD considera que as dificuldades denunciadas pela administração da agência Lusa põem em causa “o normal funcionamento da empresa” e recordam que a Lusa é a “única agência de notícias portuguesa de âmbito nacional”, que “presta ao Estado Português, sócio maioritário da empresa, um serviço de interesse público relativo à informação dos cidadãos e o seu funcionamento rege-se pelo Contrato de Prestação de Serviço Noticioso e Informativo de Interesse Público celebrado com o Estado Português”.
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