No seu discurso de despedida, Donald Trump recordou os feitos da sua administração e prometeu “lutar sempre” pelos seus apoiantes, garantindo que permanecerá atento à política norte-americana. As declarações forma proferidas num discurso na Base Aérea Andrews, no Maryland, onde Trump e a primeira-dama, Melania, embarcaram na sua última viagem presidencial a bordo do Air Force One.
“Vocês são extraordinários e este é um país grandioso. Foi a minha maior honra e privilégio ter sido vosso presidente”, afirmou Trump, falando para uma multidão de cerca de 100 convidados da administração.
“Lutarei sempre por vocês. Eu vou estar a ver, vou estar a ouvir, e garanto-vos que o futuro deste país nunca foi melhor. Desejo muita sorte e sucesso à próxima administração. Penso que terão sucesso, têm todas as bases para fazer algo realmente espetacular”, continuou, naquilo que serão as palavras mais próximas do presidente cessante para com o futuro líder do país. Trump recusou-se a conceder a vitória a Biden, repetindo inúmeras vezes que a eleição foi roubada e alegando uma fraude generalizada.
O 45º presidente aproveitou a ocasião para enaltecer uma vez mais as proezas da sua administração, lembrando o corte fiscal que decretou, a performance económica e, sobretudo, dos mercados financeiros antes da pandemia e as nomeações para o Supremo Tribunal que conferem uma maioria conservadora que se espera duradoura no órgão.
“Espero que eles [a administração Biden] não vos aumentem os impostos, mas, se aumentarem, eu avisei”, anteviu Trump, no estilo informal e improvisado que marcou a sua comunicação enquanto candidato e, mais tarde, presidente.
Sobre a pandemia, o discurso foi feito sobretudo no passado, tendo Trump repetido as acusações a Pequim pela propagação do “vírus da China”, termo recorrente quando se refere ao novo coronavírus detetado no final de 2019 em Wuhan. Os EUA são o país com mais casos confirmados de infeção no mundo, tendo ultrapassado as 400 mil mortes totais relacionadas com a doença esta terça-feira, resultantes de mais de 24 milhões de casos diagnosticados.
Trump deixou ainda no ar a possibilidade de regressar à vida política ativa no futuro, expressando esperança em que este não tenha sido um “adeus a longo prazo” e afirmando que estará “de volta de alguma forma”.
O presidente embarcou posteriormente no Air Force One, que o levou juntamente com a sua esposa, Melania Trump, à sua residência no resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach, Florida, faltando assim à tomada de posse de Joe Biden em Washington.
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