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“Luva” para rastreio do cancro da mama dá a empreendedores portugueses dois prémios num dia

A startup Glooma, que desenvolveu um dispositivo médico – SenseGlove – para ajudar na deteção de tumores malignos, recebeu 3 mil euros num concurso da Santa Casa e 20 mil euros numa competição no ringue da Vodafone.
3 Junho 2022, 16h30

O combate era num ringue de boxe e quem calçou melhor a luva encarnada foram mesmo os inventores da luva – neste caso um dispositivo médico em formato de luva, chamado SenseGlove, que ajuda na deteção do cancro da mama. A startup Glooma, que criou este aparelho digital para rastreio doméstico, venceu na terça-feira dois prémios de instituições diferentes, com os quais arrecadou 23 mil euros.

A empresa fundada por Francisco Neto Nogueira e Frederico Stock foi a grande campeã da competição nacional “Get in the Ring”, que foi promovida pelo Vodafone Power Lab e desafiou os inovadores a competir pelo entre quatro fileiras de cordas, em três rondas, pelo título de melhor pitch. Com esta distinção, conseguiu 20 mil euros, passagem direta à final mundial do “Get in the Ring” e ao programa de empreendedorismo, que dá acesso a mentores e investidores.

“O dinheiro recebido será utilizado maioritariamente em desenvolvimento de produto e para crescer a nossa equipa. Para já estamos à procura de cinco pessoas: um engenheiro de produto, uma pessoa para marketing, dois programadores e um Chief Medical Officer. O objetivo é chegarmos ao final do ano com dez pessoas”, revelou Francisco Neto Nogueira ao Jornal Económico (JE).

A Glooma foi também vencedora do programa de aceleração “Rise for Impact”, da incubadora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Casa do Impacto), que distingue anualmente as maiores inovações ligadas aos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Além do capital, a healthtech ganhou um espaço de incubação no Convento de São Pedro de Alcântara.

A solução portátil da Glooma está conectada a uma app e tem sensores piezoelétricos que detetam anomalias na textura do tecido mamário, servindo para complementar o auto-exame (apalpação). A ideia é democratizar o acesso aos rastreios, para que mulheres e homens falam um acompanhamento detalhado da sua saúde mamária no conforto das suas casas.

“Neste momento estamos em fase de estudos clínicos. O nosso objetivo até ao final de 2022 é terminarmos estes testes e ter um algoritmo com mais de 90% de precisão, ter o produto pronto para produção e submetermos os documentos junto dos organismos notificados para a marcação CE como dispositivo médico”, explica o cofundador ao JE.

A empresa está hoje a trabalhar com seis hospitais: Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), Hospital Distrital de Santarém, CUF Descobertas, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, Hospital de Santa Maria e Hospital Nélio Mendonça (SESARAM – Madeira). “Se tudo correr bem, também iremos começar a trabalhar com o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central – Hospital de São José”, conta Francisco Neto Nogueira.

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