O CDS-PP quer uma subida dos salários acima da inflação e que o salário mínimo na Região suba mais de 5%, fixando-o em 900 euros. O partido defende ainda que se estabeleça um Salário de Referência para os jovens licenciados, aquando da entrada no mercado de trabalho”, destaca o líder do CDS-PP Madeira, José Manuel Rodrigues, ao Económico Madeira.
Com o Governo Regional da Madeira a necessitar de apoios na Assembleia Legislativa da Madeira para fazer passar a proposta de Orçamento Regional, para 2025, o seu parceiro CDS-PP, com quem o PSD tem um acordo parlamentar, já apresentou o seu caderno de reivindicações, na área económica.
O presidente centrista e da Assembleia Regional, José Manuel Rodrigues, adianta ao Económico Madeira, em exclusivo, que uma das medidas, defendida pelos centristas, e que já foi apresentada ao presidente do executivo e ao secretário das Finanças, passa por o executivo negociar com os parceiros sociais um acordo de rendimentos para a subida dos salários acima da inflação registada na Madeira.
“A proposta já foi apresentada por mim ao presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e ao secretário regional das Finanças, Rogério Gouveia. O CDS-PP defende uma valorização dos salários em linha com o crescimento económico, uma subida do salário mínimo na Região em mais de 5%, fixando-o em 900 euros e o estabelecimento de um Salário de Referência para os jovens licenciados, aquando da entrada no mercado de trabalho, conforme inscrito no Orçamento Regional deste ano”, explica José Manuel Rodrigues, acrescentando que a referência poderá ser a do do técnico superior quando entra na função publica.
Entre as medidas propostas pelos
centristas madeirenses está também uma subida dos rendimentos da classe média em função do crescimento dos vários sectores da economia, numa média nunca inferior a 5%.
“A inflação em setembro, na Madeira, foi de 3,3%, superior em 1 ponto percentual (p.p.) à média nacional, tendo persistido muito elevada nos serviços e nos produtos alimentares, áreas que afetam especialmente os rendimentos das famílias”, refere o líder do CDS-PP Madeira.
José Manuel Rodrigues diz que o
partido entende que o crescimento da economia, sobretudo nas áreas do turismo, serviços, construção, sector imobiliário e área tecnológica “comporta” esta valorização salarial.
“A subida dos preços que se tem vindo a verificar, tem que ser travada para não penalizar os que menos ganham”, defende o dirigente centrista.
O centrista lembra que a força partidária já tinha anunciado várias propostas, ao nível fiscal, como por exemplo a redução do IRS nos escalões da classe média e de ajustamentos nas taxas intermédia e mais alta do IVA.
O
partido diz que o crescimento económico “tem que chegar a quem produz” e considera que é preciso “ultrapassar a situação dos cidadãos que, apesar de trabalharem um mês inteiro, aquilo que recebem de ordenado não dá para pagar as suas despesas mensais”, sublinhando, que tendo em conta as últimas estatísticas, há 17 mil trabalhadores nesta situação.
Os centristas acrescentam que vão voltar a defender a melhoria dos salários dos jovens, em particular dos licenciados “para não perdermos os nossos melhores ativos para a emigração”, reforçando que “o mercado e as empresas têm que pagar melhor a quem investiu mais na sua educação e formação, sob pena de estarmos a perder os ativos mais qualificados para o continente ou para o estrangeiro”.
O líder do CDS-PP Madeira sublinhou que tem insistido que “as elevadas taxas de crescimento económico registadas na Região têm que se refletir numa melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e das famílias madeirenses”.
A
força partidária refere que na senda do que já aconteceu este ano, o partido entende que isso deve ser feito através de um “aumento dos salários e de uma redução dos impostos e não por via da atribuição de subsídios avulsos que criam injustiças e desvirtuam a equidade social”.
O CDS-PP diz que os subsídios “só devem ser concedidos a quem não pode trabalhar, aos doentes e aos mais velhos que têm baixas pensões”, referindo que o partido “quer que o esforço, o trabalho e o mérito sejam reconhecidos e recompensados quer pelas entidades públicas quer pelas empresas”.
José Manuel Rodrigues considera que “este é o momento” para fazer uma “melhor redistribuição” da riqueza criada, “reduzir as assimetrias entre classes, esbater as desigualdades sociais e reforçar a classe média, trave mestra de qualquer sociedade”.