[weglot_switcher]

Madeira: CDU diz que serras do Funchal são um “perigo” devido à falta de limpeza

A CDU considerou “fundamental” implementar políticas que “privilegiem a prevenção com envolvimento da população, consciencializando para uma cultura de segurança; garantir um ordenamento do território e da floresta que privilegie as plantas endémicas da Região, firmando um combate às espécies florestais invasoras como os eucaliptos, acácias, giestas ou carqueja, para que seja possível trabalhar na reconversão florestal”.
20 Agosto 2024, 16h10

A deputada municipal da CDU na Assembleia do Funchal, Herlanda Amado, considerou que “só aumentou o perigo nestas localidades porque os governantes nada fizeram para limpar a floresta”, durante uma visita ao sítio das Lajinhas, na Freguesia do Monte, concelho do Funchal.

“Aqui [sítio das Lajinhas], depois dos últimos incêndios, o crescimento desordenado do eucalipto junto às casas é um atentado à segurança da Cidade e dos cidadãos”, disse Herlanda Amado. “Neste local as populações ainda têm má memória dos incêndios de 2010, 2013 e 2016, que deixaram um rasto de destruição que continua a condicionar a vida de muitos funchalenses”, acrescentou a deputada municipal da CDU.

A força partidária lembrou que, após os incêndios de 2016, foram feitos levantamentos dos problemas que o Funchal enfrentava mas passados oito anos “muito ainda está por fazer”.

A CDU acrescentou que, apesar de terem sido canalizados fundos europeus para esta área, “estes não foram utilizados para proteger a população”, e criticou a “inércia, incapacidade ou incompetência” do Município do Funchal e do Governo Regional.

“Como foram utilizados os “dinheiros” vindos da Europa? De que forma foram usados estes meios financeiros para proteger as vidas de quem vive em “zonas de risco” como esta em que nos encontramos? Detalhadamente, se perguntarmos aos governantes onde foram “investidos” os milhões de euros apregoados, será que nos conseguem identificar cada euro recebido nos cofres da Região? Estas não são apenas perguntas feitas por nós. São perguntas legítimas feitas por todos os que vivem diariamente “abraçados” por este “manto verde de perigo”. Perigos que todos conhecemos, mas estes só serão resolvidos se as entidades governativas “tirarem a cabeça da areia” e enfrentarem os problemas de frente”, disse Herlanda Amado.

A força partidária diz que esta “crítica construtiva” tem como um dos seus principais objetivos “alertar” para um problema conhecido por todos.

“Alertar para a prevenção é sempre preferível do que ter uma postura reativa sem orientação, mas como diz o povo, “só quem tem a faca e o queijo na mão”, pode fazer alguma coisa de concreto. Os responsáveis políticos não devem, nem podem, pelas suas responsabilidades “amuar” a cada crítica feita, ainda para mais quando a História confirma a ciclicidade de eventos dramáticos como estes”, disse a deputada municipal da CDU.

Herlanda Amado considerou “fundamental” implementar políticas que “privilegiem a prevenção com envolvimento da população, consciencializando para uma cultura de segurança; garantir um ordenamento do território e da floresta que privilegie as plantas endémicas da Região, firmando um combate às espécies florestais invasoras como os eucaliptos, acácias, giestas ou carqueja, para que seja possível trabalhar na reconversão florestal”.

A deputada municipal da CDU disse que “ninguém está a “inventar a roda”” e sublinhou que de acordo com “estudos realizados há décadas, estas são apenas algumas das medidas que devem ser implementadas no nosso Arquipélago, para que não sejamos confrontados periódica e ciclicamente com incêndios dantescos”.

A CDU deixou também uma mensagem e solidariedade para aqueles que estão a ser afetados pelo incêndios que deflagram na Região Autónoma da Madeira, desde a passada quarta-feira, e um reconhecimento a todas as forças de intervenção que estão a combater os fogos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.