O partido Juntos Pelo Povo (JPP) aplaudiu a decisão de Direção Regional da Cultura de dar um parecer negativo à construção de um parque de estacionamento na Praça do Município, no Funchal. Depois deste parecer negativo, a autarquia do Funchal anunciou que não vai avançar com o projeto.
A força partidária desafiou a presidente da Câmara Municipal do Funchal, Cristina Pedra, a “enterrar de vez” a construção do estacionamento na Praça do Município.
O partido lembra que a autarca do Funchal tinha afirmado no início de agosto que o estacionamento na Praça do Município era “uma falsa questão”, e o que tinha sido feito foi a solicitação de um estudo à DRC.
O JPP sublinhou que apesar de Cristina Pedra ter considerado o assunto uma falsa questão” existem declarações da autarca a confirmar que a Coligação PSD/CDS-PP quando se candidatou à Câmara do Funchal tinha um programa eleitoral “no qual foi apresentado uma ideia de desenvolver um parque de estacionamento subterrâneo na Praça do Município”.
O partido disse que no dia seguinte ao “diz-que-não-disse” da presidente da Câmara do Funchal, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, veio a público afirmar que “não via com bons olhos” o estacionamento, “posição que antecipou a sentença de morte do projeto”.
O porta-voz do JPP nesta iniciativa, Emanuel Gaspar, questionou que se a autarquia do Funchal “não tem intenção” de construir [um parque de estacionamento na Praça do Município] “então por que razão gastam dinheiro dos contribuintes em estudos para uma coisa que não pretendem fazer?”.
Emanuel Gaspar aplaudiu o parecer negativo da DRC e congratulou a autarquia por voltar atrás “na intenção de construir o malfadado parque de estacionamento na Praça do Município” e desejou que o “assunto morra de vez”.
Para Emanuel Gaspar a construção do parque de estacionamento na Praça do Município “ponha em perigo os vários edifícios históricos classificados de Monumentos Nacionais que delimitam a icónica” praça. “Este local, que constitui a primeira praça da cidade, aberta nos inícios dos anos quarenta por dois dos mais importantes arquitetos portugueses, como o Francisco Caldeira Cabral e Raul Lino, é a sala de visitas da cidade e não se compreendida a sua desconfiguração paisagística”, acrescentou o porta-voz do JPP.
“O JPP congratula-se com a decisão acertada do parecer da DRC e agradece à enorme contestação pública dos cidadãos que se opuseram à construção deste parque, a bem da defesa da memória e do património arquitetónico da cidade e da mobilidade”, sublinhou Emanuel Gaspar.
O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, disse que se trata de um “desfecho positivo” para a cidade e o património mas salientou que esta decisão não pode ficar sem uma leitura política.
Élvio Sousa referiu que no próximo ano existem eleições autárquicas e o presidente do Governo Regional da Madeira do PSD Madeira, Miguel Albuquerque, percebeu “o prejuízo que vinha aí para o PSD se mantivesse o projeto vivo”.
O dirigente do JPP reforçou que após as declarações de Cristina Pedra e de Miguel Albuquerque, foi preciso pensar “numa forma airosa de saírem disto sem implicações nas eleições no Funchal, no próximo ano”, e que depois da “posição pública de Albuquerque, percebeu-se que o parecer da DRC seria negativo”.
Élvio Sousa diz que “não se trata de uma posição genuína” porque Miguel Albuquerque e o PSD “não têm nenhuma preocupação com a proteção e a preservação do património, e sobre isso o que não faltam são exemplos”.
O secretário-geral do JPP salientou que “o atual responsável pela DRC foi chefe de gabinete de Miguel Albuquerque até antes das eleições de 26 de Maio”, e acrescentou que “em política, o que parece é”.
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