Madeira: presidente da Assembleia Regional diz que cabe ao poder executivo garantir a sobrevivência da economia

O presidente da Assembleia da Madeira, José Manuel Rodrigues, considerou que as medidas que têm sido tomadas pela região, República, e União Europeia, têm sido insuficientes para responder à crise económica, reforçando que esta só tem paralelo nos períodos em que decorreram as duas guerras mundiais, acrescentando, contudo que cabe ao poder executivo garantir a sobrevivência da economia.

Na sua intervenção no discurso do 25 de abril, o presidente da Assembleia Regional disse que os órgãos de Governo da região e o poder executivo têm dois “enormes desafios”.

Um deles passa por “garantir a sobrevivência da nossa economia e evitar ruturas no tecido social, enquanto não chegam os apoios europeus” e o outro passa por quando chegar esse financiamento “aplica-lo muito bem para iniciarmos uma nova era na vida da Madeira e do Porto Santo”.

O presidente da Assembleia Regional reforçou que é preciso segurar com meios financeiros regionais, que são “escassos e insuficientes”, estes meses de agonia, em várias áreas da economia, até que cheguem os apoios  do Programa de Recuperação e Resiliência da União Europeia.

“Infelizmente, alguns Parlamentos nacionais tardam em ratificar o que foi acordado pelos Estados membros, quanto à dotação dos recursos próprios, e enquanto isso não acontecer a Comissão Europeia não pode recorrer ao endividamento nos mercados internacionais, que vai possibilitar as avultadas verbas para apoiar os países e as regiões”, afirmou.

“Estes financiamentos já deveriam ter chegado, segundo as promessas então formuladas, e corre-se o risco de virem tarde demais e assim ser muito lenta e especialmente penosa a recuperação da economia e a criação de emprego nas nossas ilhas”, reforçou o presidente da Assembleia Regional.

José Manuel Rodrigues diz que não se percebe esta lentidão que leva a que a União Europeia se atrase, “mais uma vez”, face a outros blocos mundiais na sua competitividade económica e na sua coesão territorial.

Financiamento europeu deve servir para mudar modelo de desenvolvimento

O presidente da Assembleia da Madeira considerou que os financiamentos que estão para chegar à região serão uma oportunidade para “mudarmos de modelo económico, diversificando e modernizando a economia, criando emprego de qualidade e mais bem remunerado; este é o momento para corrigir a má distribuição da riqueza e para reduzir
as desigualdades sociais”.

José Manuel Rodrigues diz não ser justo nem aceitável, que uma pessoa que trabalha “continue a engrossar o número dos pobres”. O presidente da Assembleia da Madeira voltou a vincar que “não é justo nem admissível” manter esta estrutura social, “onde os ricos ficam mais ricos e os pobres ficam mais pobres, vivendo de subsídios e de
caridades. Temos de combater as causas e não apenas acorrer às suas consequências”.

O presidente da Assembleia da Madeira sublinhou que a pobreza e a exclusão “não são fatalidades”, acrescentando que o trabalho justamente remunerado “deve ser o meio” para dignificar as pessoas.