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Madeira: sindicato acusa Governo de deturpar a realidade sobre carreira dos vigilantes da natureza

O sindicato afirma que “dizer que um vigilante da natureza ganha, no topo da carreira, o mesmo que um professor universitário recém doutorado é só desonestidade intelectual e revelador do sectarismo existente contra a carreira destes trabalhadores”, e acusa o Governo Regional de não querer valorizar a carreira dos vigilantes da natureza.
21 Janeiro 2021, 08h02

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA) acusa a secretária regional do Ambiente, Susana Prada, de deturpar a realidade e de faltar à verdade sobre a carreira dos vigilantes da natureza. A estrutura sindical diz ainda que o executivo madeirense não quer valorizar a carreira destes profissionais.

“Dizer que um vigilante da natureza ganha, no topo da carreira, o mesmo que um professor universitário recém doutorado é só desonestidade intelectual e revelador do sectarismo existente contra a carreira destes trabalhadores. Na região, não há Vigilantes no topo da carreira. E têm milhares de horas de trabalho ao sol e à chuva, milhares de dias de trabalho passados nas ilhas, muitos deles sem conseguirem voltar a casa por causa do mau tempo ou falta de condições de navegação”, diz o sindicato.

O sindicato diz que “não é falso” quando afirma que um vigilante “ganha pouco acima do salário mínimo”. O sindicato diz ainda que dizer que “todos querem ir para as Desertas e para as Selvagens, e que até há briga, e que é preciso fazer escalas é só revelador de quem não sabe que nenhum Vigilante se pode esquivar ao trabalho ou às funções que lhes estão atribuídas e, as ilhas fazem parte delas”.

O sindicato questiona como é que se organiza “um trabalho que é feito em 365 dias por ano, sem escalas? E os Vigilantes da Natureza apresentam-se ao serviço 365 dias por ano – não falham 1 só dia. Dizer que ao vencimento mensal acresce o subsídio de risco e o subsídio de penosidade, nos dias em que exercem funções é tão-só deturpador do seu sentido de justiça”.

A estrutura sindical lembra que o suplemento de penosidade, “é um direito de todo e qualquer funcionário do IFCN que esteja deslocado”, acrescentando ainda que o suplemento de risco é “um direito exclusivo dos Vigilantes da Natureza”. O sindicato diz que este suplemento faz parte da remuneração destes profissionais mas está estagnado há mais de 20 anos, “ainda do tempo do escudo”.

O sindicato diz ainda que o suplemento de penosidade visa “minimizar a forma penosa com que os funcionários do IFCN suportam os longos períodos em que estão deslocados (2 ou 3 semanas); em que são obrigados a ficar isolados, afastados da família, da vida social; em que suportam as atividades que envolvem grande esforço físico e psíquico; em que suportam as condições dramáticas com que se realiza a viagem para as Selvagens e em que, não raras vezes, ficam cativos por períodos superiores por não haver condições de navegação para os irem buscar e fazer a sua rendição”.

O sindicato questiona ainda o Governo sobre como se pode fazer combate aos incêndios quando estão atribuídas duas viaturas ligeiras aos Vigilantes da Natureza, e acusa a secretária regional do Ambiente de ser desonesta quando diz que existem 11 viaturas disponíveis. “As 11 viaturas a que se referiu Susana Prada estão ao serviço do Corpo da Guarda Florestal e não do de Vigilantes da Natureza”.

Relativamente à contratação de oito vigilantes da natureza, que a governante afirma estar prevista, o sindicato desafia a se passar da palavra ao ato e se mandar publicar os concursos.

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