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Madrid vai parecer Marraquexe e Londres vai ter o clima de Barcelona. Como vamos viver em 2050?

As zonas temperadas ou frias do hemisfério norte vão ter temperaturas de cidades mais próximas do equador, sendo que estas mudanças climáticas vão apresentar efeitos prejudiciais à saúde e às infraestruturas.
  • Londres, Inglaterra – 122 euros
11 Julho 2019, 15h10

Dentro de três décadas, o clima chuvoso e nublado de Londres vai mudar radicalmente, semelhando-se à meteorologia seca e quente que Barcelona atravessa há 10 anos, denuncia um relatório publicado no jornal científico Plos One, noticiado esta quinta-feira pelo ‘The Guardian’.

Madrid, por sua vez, vai ter um tempo ainda mais quente e seco, sentindo-se como Marraquexe em 2050, e Estocolmo vai assemelhar-se a Budapeste, de acordo com o relatório que alerta sobre os impactos da crise climática. As zonas temperadas ou frias do hemisfério norte vão ter temperaturas de cidades mais próximas do equador, sendo que estas mudanças climáticas vão apresentar efeitos prejudiciais à saúde e às infraestruturas.

A falta de água vai afetar algumas cidade mundiais, que atualmente habitam em climas temperados. O estudo estima que as cidades europeias mais afetadas vejam a temperatura aumentar cerca de 3,5ºC no verão e 4,7ºC no inverno. O estudo que engloba 520 cidades, assume que perto de 10 cidades vão sofrer alterações dramáticas.

Os cientistas responsáveis por este estudo afirmaram que uma das conclusões mais preocupantes é o facto de os residentes irem experimentar condições que atualmente não existem. “Surpreendeu-me”, assume Tom Crowther, fundador do Laboratório Crowther, que realizou a pesquisa.

“Estas condições ambientais não são vistas em nenhum lugar do planeta, neste momento”, garantiu o cientista. “Isto significa que vão existir novos desafios políticos e novos desafios de infraestrutura que ainda não enfrentámos”.

Além da seca extrema que se prevê para grandes cidades europeias, os cientistas responsáveis pelo estudo admitem que há cidades que vão enfrentar cheias extremas, sendo que estas se vão tornar cada vez mais comum. “Não estamos preparados para isto. A preparação para as mudanças climáticas precisam de começar ontem. Quanto mais cedo começar, menos impacto vai haver”, sustenta.

Na passada terça-feira, a Organização das Nações Unidas alertou que os governos mundiais precisam de ser mais ambiciosos em relação ao combate das alterações climáticas até 2030. As Nações Unidas querem travar as consequências do aquecimento global e diminuir as desigualdades que o mundo apresenta.

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