“Mafalda Duarte é a diretora executiva para o Fundo Verde para o Clima, o maior fundo multilateral para o clima”. Assim começa a descrição da gestora portuguesa que lidera o investimento em direção ao clima (e ao futuro do planeta) no seu perfil do LinkedIn. E não deixa de ser verdade, uma vez que é vista como uma das líderes climáticas mais influentes do mundo pela revista Time e supervisiona perto de 15 mil milhões de dólares em investimentos verdes de 130 países.
E Mafalda Duarte tem um objetivo muito claro desde que foi nomeada para o cargo de CEO do Fundo Verde para o Clima: liderar reformas – algo ambiciosas – para garantir que o fundo investimento 50 mil milhões de dólares até 2030.
A gestora está em destaque no último ranking efetuado pela Forbes Portugal relativamente às mulheres portuguesas mais poderosas dos negócios. Líder da categoria Responsabilidade Social e Sustentabilidade, Mafalda Duarte é também a terceira mais poderosa do ranking geral, encapsulando um total de 83 pontos. Isto significa que Mafalda Duarte fica à frente de mulheres como Ana Figueiredo da Altice Portugal, Inês Caldeira da L’Oréal Paris ou de Manuela Ferro, vice-presidente do Banco Mundial – Ásia Pacífico.
Nasceu na Covilhã há 47 anos e a vivência no interior do país não forçou a empresária a afastar-se das raízes. Desde março do ano passado que é responsável pela gestão do investimento do Fundo Verde para o Clima, criado no quadro das Nações Unidas. É pelo instrumento que visa apoiar a mudança de paradigma nas respostas às alterações globais que a portuguesa está responsável.
Mafalda Duarte já se tinha destacado na lista da “Forbes Portugal” no ano passado, pelo peso e responsabilidades que tem em mãos, tendo arrecadado uns estonteantes 81 pontos, colocando-a entre as 10 portuguesas mais poderosas dos negócios a nível luso. Mas para a empresária o mais importante é o impacto positivo que este fundo, nomeadamente os investimentos, têm na ação climática e transição energética.
Formada em Relações Internacionais pela Universidade do Minho, desde 1998, e mestre em Gestão de Políticas Económicas pela Universidade de Columbia, a gestora percebeu cedo o caminho que tinha de trilhar. Durante a sua carreira, trabalhou em mais de 30 países em desenvolvimento e focou-se sempre na área das finanças climáticas, com destaque na implementação de projetos energéticos.
O maior parque solar do mundo, situado na Índia e a primeira produção geotérmica da América do Sul, por exemplo, foram projetos realizados sob a sua liderança.
Iniciou a sua carreira de desenvolvimento internacional no governo de Moçambique, e definitivamente que não ficou por aqui em residências internacionais, tendo ainda vivido na Indonésia e Tunísia
Mais recentemente, ocupou cargos de destaque no Banco Africano de Desenvolvimento e no Banco Mundial, onde trabalhou com mais de 50 países em desenvolvimento, sendo que neste último liderava, desde 2014, o Fundo de Investimento Climático, onde foi apontada como uma das possíveis sucessoras de David Malpass na liderança da instituição.
Mafalda Duarte trabalhou ainda como CEO do Climate Investment Funds, outro fundo climático, onde conseguiu aumentar a sua capitalização em quase 40%, duplicou o programa e lançou novas iniciativas estratégicas em áreas fulcrais como transições justas, descarbonização industrial e armazenamento de energia.
Foi sob a sua liderança que o Climate Investment Funds se tornou um importante financiador da plataforma Just Energy Transition Partnerships, tendo sido pioneiro em arrecadar financiamento em mercados de capital internacionais.
Mas a sua nomeação para liderar a entidade climática aporta um plano ambicioso: garantir que o Fundo Verde para o Clima invista 50 mil milhões de dólares até 2030, de forma a maximizar a eficiência e o impacto do fundo das Nações Unidas no mundo.
Casada com um português e mãe de três filhas, Mafalda Duarte tem residência oficial em Washington, de onde faz toda a gestão do fundo. Futuramente, e sem saber o que o futuro lhe reserva, a gestora portuguesa e uma das mais poderosas, não descarta a hipótese de voltar a viver em Portugal.
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