Desde o dia 2 de abril que voaram mais de 7,2 mil milhões de euros da bolsa de Lisboa. Foi neste “dia da libertação” que Donald Trump anunciou as tarifas para inúmeros países, incluindo aliados.
A sangria nos mercados fez-se sentir nos dias seguintes e Lisboa foi apanhada nesta verdadeira tempestade nos mercados.
O sector energético foi o mais penalizado na bolsa de Lisboa: com a família EDP a perder 1,9 mil milhões de euros.
Já a Galp perdeu mais de 2 mil milhões desde a quarta-feira passada.
Por sua vez, o BCP perdeu mais de 1,3 mil milhões de euros nas últimas sessões.
A bolsa de Lisboa afundou 10% desde quarta-feira, tendo perdido mais de 8% no espaço de um mês.
Desde quarta-feira passada que o Stoxx 600, índice que junta as maiores cotadas europeias, afundou 12%.
Em resposta, a Comissão Europeia propôs na segunda-feira tarifas retaliatórias de 25% sobre uma série de produtos norte-americanos, a arrancarem a 16 de maio, com outras a arrancarem a 1 de dezembro. As tarifas incidem sobre diamantes, ovos, fio dental, salsichas, aves, amêndoas e soja.
O impacto ficará abaixo dos 26 mil milhões anteriormente anunciados. Já o bourbon, vinho e laticínios foram retirados da lista original.
Os economistas do JP Morgan aumentaram o risco de recessão global e nos EUA dos 40% para os 60%.
Já o investidor Bill Ackman, que apoiou Donald Trump, disse que os empresários estão a perder confiança no presidente, apelando que pause as tarifas.
“Estamos a caminho de um inverno económico nuclear”, escreveu o investidor citado pela “Reuters”, apontando que a reputação do país vai ficar “severamente danificada” durante anos.
O CEO do banco de Wall Street JP Morgan disse que a “economia está a enfrentar turbulência considerável (incluindo geopolítica. Deveremos ter impactos inflacionários… se as tarifas causam uma recessão está em aberto, mas vai desacelerar o crescimento”, segundo Jamie Dimon. O CEO esteve reunido com responsáveis da Casa Branca na segunda-feira, integrando uma comitiva de banqueiros.
O “dia da libertação” de Donald Trump já figura entre os maiores crashs de Wall Street. Desde que o S&P 500, o principal índice de Wall Street, começou a negociar, em março de 1957, houve apenas outras 4 ocasiões em que perdeu mais de 10% em duas sessões consecutivas, segundo os dados do “Investing”.
Já o índice ‘Medo e ganância’ compilado pelo “Investing” atingiu o seu ponto mais baixo, desde o crash de 2020 causado pela pandemia da Covid-19.
O “Investing” acalma os investidores neste momento de tempestade nos mercados: “os que já experimentaram estes crashes antes sabem que parece quase o fim do mundo”.
“Mas aqui estão as boas notícias: nunca acaba, e a economia norte-americana, assim como o mercado de ações, sempre soube resistir às pressões no longo prazo”, acrescenta.
Dos quatro maiores crashes anteriores ao do dia da Libertação, o retorno, em média, passado um mês, superou os 9%. Passados 3 meses, 8%. Em seis meses, 19%. Um ano depois, uma média de subida de 35%, olhando para os dados do S&P 500.
No espaço de um ano, Wall Street recuperou sempre após estes dias infames, variando entre os 15% da Crise Financeira Global 1 até aos 56% da Pandemia da Covid-19.
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