A maioria das redações portuguesas não está preparada para a era da inteligência artificial. Esta é a principal conclusão do ‘Livro Branco sobre Inteligência Artificial aplicada ao Jornalismo’, que avalia a adoção da IA nos media portugueses e onde aponta que 84% dos jornalistas não tem formação sobre esta ferramenta tecnológica.
Coordenado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH) o livro é apresentado esta segunda-feira na Fundação Calouste Gulbenkian, que financiou este documento através do European Media and Information Fund.
Entre outras conclusões destacam-se que 64% dos jornalistas afirmam que não existe qualquer código de conduta sobre IA nas suas redações, outros 64,4% acreditam que a IA vai agravar a disseminação de desinformação.
Por outro lado, quase metade (48%) antecipa impactos negativos na ética e deontologia profissional e somente 11,9% dos órgãos de comunicação social têm colaborações ativas com universidades ou centros de investigação.
Face a este cenário, o livro apresenta dez medidas para promover um uso responsável, transparente e eticamente robusto da IA nos media. Entre as propostas destacam-se: a implementação de manuais internos de boas práticas nas redações, com critérios claros de uso e supervisão humana, a adoção de normas obrigatórias de identificação de conteúdos sintéticos, a revisão do código do direito de autor e direitos conexos face ao uso de obras protegidas no treino de modelos de IA, a criação de um programa nacional de inovação e laboratórios de experimentação em IA aplicada ao jornalismo, o lançamento de chamadas de investigação aplicada, em colaboração com universidades e o estabelecimento de um programa nacional de formação para jornalistas.
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